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Filhotes espaciais. Esperma armazenado na EEI gerou ratos saudáveis

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Rama / Wikimedia

Investigadores japoneses descobriram que espermatozoides de ratos expostos a altos níveis de radiação cósmica, durante quase seis anos, criaram uma grande ninhada de “filhotes espaciais” saudáveis ​​e normais.

De acordo com o novo estudo, publicado na Science Advances, o esperma foi armazenado na Estação Espacial Internacional na forma liofilizada (desidratado e congelado) – porque, dessa forma, pode ser preservado à temperatura ambiente. Uma vez trazido de volta à Terra, foi reidratado e resultou no nascimento de 168 ratos, livres de defeitos genéticos.

O biólogo e autor principal Teruhiko Wakayama explicou, em declarações à AFP, que há pouca diferença entre ratos que nasceram através de espermatozoides que estavam no espaço ou dos que permaneceram confinados ao nosso planeta.

“Todos os filhotes pareciam normais”, disse, acrescentando que os investigadores não encontraram “nenhuma anormalidade” quando analisaram os genes.

Em 2013, Wakayama e cientistas da Universidade de Yamanashi, no Japão, enviaram três caixas para a Estação Espacial Internacional, cada uma com 48 ampolas de esperma liofilizado. O objetivo era perceber se a exposição de longo prazo à radiação espacial poderia danificar o ADN das células reprodutivas ou provocar mutações.

Os espermatozoides foram, então, enviados de volta à Terra passados nove meses, dois e seis anos para serem fertilizados, gerando centenas de nascimentos.

Quando os “ratinhos espaciais” atingiram a idade adulta, acasalaram aleatoriamente e a geração seguinte também não parecia sofrer qualquer problema.

Colónias espaciais

“No futuro, quando chegar a hora de migrar para outros planetas, precisaremos de manter a diversidade dos recursos genéticos não apenas para humanos, mas também em animais”, lê-se no artigo.

“Por razões de custo e segurança, as células armazenadas provavelmente serão transportadas em naves espaciais, em vez de [serem enviados] animais vivos”, acrescentam os autores.

O espaço profundo está repleto de radiação forte, tanto de partículas solares quanto de raios cósmicos, e as erupções na superfície solar geram partículas que podem ter impactos devastadores na saúde humana.

Segundo Wakayama, o processo de liofilização aumenta a tolerância do esperma, uma vez que desta forma não possui água no núcleo e no citoplasma da célula.

A humanidade também pode querer fazer um backup de recursos genéticos, acrescenta o documento, mas os efeitos da radiação espacial sobre os óvulos femininos e embriões fertilizados ainda precisam de ser investigados.

ZAP // AFP

2 Comments

  1. Se o esperma é da Terra ( com oxigênio ), vai de foguete ( com oxigênio ) e fica na estação espacial ( com oxigênio ), o que queriam???

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