Ferramentas de pedra encontradas no Brasil podem não ter sido feitas por humanos

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Daderot / Wikimedia

Exemplo de ferramentas de pedra encontradas na Alemanha.

Acreditava-se que as ferramentas tivessem sido feitas por humanos, mas um novo estudo sugere que os seus criadores podem ter sido macacos.

Uma equipa de investigadores levou a cabo uma nova análise a ferramentas de pedra, com cerca de 50 mil anos de idade, encontradas em Pedra Furada, no nordeste do Brasil.

Depois de examinarem os artefactos da era do Pleistoceno, os autores concluíram que, afinal, as ferramentas poderão não ter sido obra de antigos humanos.

“A evidência mais robusta e coerente a sustentar uma população humana primitiva… do continente sul-americano”, escrevem os autores sobre as ferramentas. No entanto, estas evidências poderão ter sido criadas por macacos, mais precisamente macacos-prego ou cebídeos.

Os investigadores também dizem que estão “confiantes de que os primeiros sítios arqueológicos do Brasil podem não ser de origem humana, mas podem pertencer a macacos-prego”. O estudo foi publicado em novembro na revista The Holocene.

Em declarações à IFLScience, o autor do artigo Agustín Agnolín explicou que as ferramentas destes macacos “normalmente consistem em seixos e grandes pedras chatas que são usadas como martelos e bigornas, respetivamente, e com as quais quebram nozes”.

“Isto não é muito diferente do que muitos grupos humanos fizeram. Algumas das rochas divididas durante esse processo podem facilmente passar por ferramentas de pedra encontradas em qualquer sítio humano”, acrescentou.

Esta questão levou a um aceso debate na comunidade arqueológica, com os investigadores a dividirem-se quanto ao verdadeiro autor das ferramentas.

Os resultados do novo estudo podem ajudar a sanar as dúvidas. Os autores descobriram que os artefactos exibem apenas “descamação unifacial”, uma característica que é “incomum na maioria dos sítios arqueológicos humanos, mas abundante em sítios arqueológicos de macacos-prego”.

Miguel Collado / Unsplash

Macacos-prego ou cebídeo.

“Além disso”, destaca Agnolín, “não há outras evidências que possam indicar a presença de humanos, como fogueiras, ossos de animais com sinais de consumo, objetos simbólicos como arte rupestre ou decorações ou restos humanos”.

Assim, o novo estudo questiona se, de facto, Pedra Furada pode continuar a ser usada como argumento para confirmar a presença humana primitiva na América do Sul durante o Pleistoceno.

“Obviamente, isto não significa que a nossa ocupação da América foi recente ou exclui a possibilidade de humanos no continente há mais de 20.000 anos, mas enfraquece uma das evidências mais fortes de um povoamento muito antigo da região”, acrescentou o autor do artigo.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. Eles fazem um grande trabalho ao mundo mas nem por isso podemos aceitar a lógica usada até os dias de hoje, eles desenvolvem lançam ganham dividendos e depois abandonam a própria sorte caem onde ninguém sabem.
    Quando será feito a limpeza do lixo espacial criada por muitos países estão esperando talvez pela capacidade da tecnologia chinesa fazer este grande passo pois pra mim só vejo essa possibilidade

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