Os procuradores estão a usar faturas de restaurantes para comprovar que Ana Rita Cavaco terá forjado os mapas de deslocação que usou para receber apoios à deslocação.
A acusação do Ministério Público contra a bastonária dos Enfermeiros, assim com outros dirigentes da Ordem, pelos crimes de peculato e falsificação de documentos, baseou-se em grande parte em faturas em restaurantes de valores que chegaram até a ultrapassar os 400 euros.
Em causa estão suspeitas de que Ana Rita Cavaco e outras chefias da Ordem usaram métodos fraudulentos para receber apoios para cobrir deslocações que nunca foram feitas, tendo alegadamente forjado mapas de deslocação e declarado quilómetros que não foram percorridos.
A Polícia Judiciária e o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa estão agora a usar as faturas dos restaurantes — que também foram usadas para se pedir um reembolso à Ordem — para comprovar que estas viagens não foram feitas, partindo do princípio que ninguém pode estar em dois locais ao mesmo tempo.
Os procuradores cruzaram os dados das supostas viagens com a localização dos restaurantes que passaram as faturas e concluíram que seria impossível que as chefias da Ordem estivessem verdadeiramente a fazer as deslocações que alegaram.
O Público dá um exemplo de um dia em 2016 em que a bastonária gastou 286 euros no grande almoço no Burger King, em Lisboa, apesar de ter alegado estar, nesse mesmo dia, em serviço a Vilar Formoso, a 350 quilómetros de distância.
A acusação refere que Ana Rita Cavaco terá recebido um aumento de 2800 euros mensais devido a estes apoios para deslocação. Já os seus vice-presidentes e os presidentes dos conselhos diretivos regionais receberam 1400 euros a mais e o tesoureiro e os secretários ganharam mais 467 euros. No total, a bastonária terá lucrado cerca de 10 600 euros com o esquema.
A investigação também concluiu que os mapas de deslocações apresentados à Ordem não batem certo com os quilómetros alegadamente percorridos pelos arguidos. Em alguns casos, a diferença ascende aos 10 mil quilómetros.
Ana Rita Cavaco já reagiu à acusação, alegando ser vítima de perseguição política e ser de alvo de “sindicâncias políticas e denúncias anónimas, reportagens difamatórias”.
“Acusa-me de ter recebido 10 mil euros por quilómetros que acredita que não fiz e fiz! Percorri este país de ponta a ponta, conforme os enfermeiros podem confirmar”, refutou.
Mais arroz. Ou melhor, mais gamanço… Exemplar, este país. E seus governantes. Mas exigem sempre o máximo do povo?! Dado os exemplos dos últimos tempos, só merecem é aparecer numa valeta com um osso na boca…
Uns precisam de carros novos topo de gama outros precisam que lhes paguem a alimentação e o gasóleo. Assim qualquer um de nós enriquece.
Se a bastonária se dedicasse a sério em defender os interesses dos congéneres, como outros fazem, seguramente que não precisava de utilizar meios impróprios para justificar acções impróprias.
O Dr. Salazar faz cá muita falta.
Mas para quê?!! Para dividir a conta do restaurante?!
Ele é o pai desta gente e estes estavam bem junto dele!!
No tempo do Salazar também havia muita mama à conta do Estado e outras organizações congéneres. Acontecia é que ninguém falava disso, pois era proibido.
Pois havia, mas eram menos e sempre os mesmos 🙂
Ele morreu pobre. Essa é que é a verdade. Estes, morrem todos ricos.