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“Separaram a family mas devia ter sido family and friends”

José Sena Goulão / Lusa

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, assumiu perante os deputados que a entidade financeira herdou activos tóxicos do Banco Espírito Santo (BES) que deviam ter ficado no “banco mau”, lamentando que se separou a família Espírito Santo do “banco bom”, mas que não se separaram os seus “amigos”.

As declarações de António Ramalho foram feitas perante os deputados da Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, onde o presidente do Novo Banco sustentou que aquando da resolução do BES, “os activos que foram escolhidos foram os de maior risco“, referentes a “Angola, Miami, Líbia e todo o grupo Espírito Santo”, que podem ser “identificados como família”.

“Dentro do Novo Banco o que ouvi é que foi separado o family, esqueceram-se que se devia separar family and friends“, atirou o responsável, frisando que “havia um conjunto de outros activos que tinham problemas significativos” e que deviam ter ficado no “banco mau”, conforme cita o Jornal de Negócios.

António Ramalho também referiu aos deputados que dos 44 créditos mais problemáticos e “mais mediáticos” do Novo Banco, “no valor de 4,2 mil milhões de euros“, já foi possível recuperar “1,5 mil milhões de euros”. Foram recuperados “500 milhões de euros em imóveis e mil milhões em dinheiro”, acrescentou.

O presidente do Novo Banco afirmou também que a resolução do BES “não foi preparada totalmente”, notando que os 4,9 mil milhões de euros injectados à data dessa operação foram “insuficientes”.

Após a apresentação de prejuízos superiores a 1,4 mil milhões de euros em 2018, o Novo Banco pediu uma injecção de capital de 1,15 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução. O Estado vai ceder a maior fatia da verba.

ZAP //

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