Em 2018, faltaram 64,1 milhões de embalagens de medicamentos pedidas por doentes em farmácias portugueses. Os dados constam de um relatório do Observatório dos Medicamentos em Falta do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (Cefar) da Associação Nacional de Farmácias.
Os números, a que o Correio da Manhã teve acesso, evidenciam um aumento de embalagens de medicamentos em falta face ao ano anterior. Em 2017, registaram-se 48,3 milhões de embalagens em falta, menos 15,8 milhões do que em 2018.
Os dados preocupam as farmácias e utentes, tendo já dado origem à abertura de investigações da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e da Autoridade da Concorrência, segundo apurou o CM.
Algumas das embalagens em causa são “considerados essenciais pela Organização Mundial de Saúde” (OMS) e colocam os doentes “em risco”, de acordo com a notícia avançada pelo matutino. Além disso, uma parte muito significativa dos medicamentos em falta estará sujeita a receita médica.
Os medicamentos que mais faltaram aos doentes portugueses em 2018 foram o Sinemet (medicamento que combate a doença Parkinson), o Trajenta (que combate os diabetes) e o Aspirina GR (recomendado para doentes com tromboses e enfartes).
Em declarações ao diário, fonte do setor farmacêutico revelou que o abastecimento dos laboratórios às farmácias é “irregular” porque “os preços praticados em Portugal são dos mais baixos da Europa” e há uma “falta de liquidez das farmácias para fazer stock”.