Faltam mesmo “gajas” na Defesa da Nação

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António Cotrim / Lusa

Reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, em Lisboa, 8 de julho de 2024

Esta segunda-feira, o Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se em Belém. Estiveram presentes quase 20 participantes, zero dos quais… eram mulheres. “A defesa da Nação não é assunto para gajas”?.

A última reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional fez-se só com homens.

Não é comum, uma vez que a ministra da Administração Interna e a ministra do Ambiente, por inerência do cargo, também têm assento naquele órgão.

No entanto, esta segunda-feira, excecionalmente, as ministras não estiveram.

Ainda assim a quantidade de mulheres do Conselho é muito escasso: há apenas duas mulheres para 17 homens.

O cenário da última reunião reacendeu o debate sobre o papel das mulheres na Defesa e no debate da Defesa da Nação.

A comentadora da RTP Susana Peralta lamentou, de uma forma irónica, a falta de representatividade feminina no Conselho Superior de Defesa Nacional.

“A Defesa da Nação não é assunto para gajas”, escreveu a economista, na rede social X/Twitter.

Faltam mesmo “gajas” na Defesa

Portugal só permitiu a integração de mulheres da Força Aérea em 1991 e na Marinha e Exército em 1992.

Dada a demora em chegar ao topo da carreira (pelo menos, 25 anos), só em 2018 é que uma mulher chegou a general nas Forças de Armadas. Foi a médica cirurgiã Regina Mateus, na Força Aérea.

À CNN Portugal, a militar (atualmente na reserva) acredita que é “uma questão de tempo” até que apareçam muitas mais mulheres nas fotos do Conselho Superior de Defesa Nacional.

De acordo com a mesma cadeia televisiva, dos cerca de 23.400 militares efetivos das Forças Armadas, apenas 15% são mulheres (perto de 3.500).

No entanto, há apenas cinco generais: quatro na Força Aérea, e uma na Marinha. Por seu turno, o Exército não tem ainda nenhuma militar no topo.

Em declarações à CNN, Helena Carreiras, antiga ministra da Defesa, destaca a importância de aumentar o número de mulheres nestes ramos. No entanto, alertou que isso pode não ser suficiente: “É preciso completar com políticas que reduzam desigualdades”.

A ex-governante apontou também o ambiente predominantemente masculino existente nas Forças Armadas.

Nas operações no terreno, a percentagem de militares do sexo feminino é de apenas 9,5%, de acordo com um relatório da NATO de 2020.

Miguel Esteves, ZAP //

1 Comment

  1. As pessoas devem ter lugar num concelho destes, não pelo que têem no meio das pernas. Mas pelo seu conhecimento.

    Se vão numa de percentagem representativa…apenas irão convidar a presença de pessoas medíocres.

    Quando houver mulheres para estar presente no concelho superior da defesa nacional. Ela estarão presentes, pelo seu conhecimento e dedicação e não por percentagem.

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