Fahad Shah, um dos mais conhecidos jornalistas de Caxemira, detido por publicar “conteúdo antinacional”

sskennel / Flickr

Um jornalista foi detido sexta-feira em Caxemira pela polícia indiana acusado de publicar “conteúdo antinacional”, numa altura que cresce a repressão contra os meios de comunicação social naquela área.

Segundo a Associated Press, Fahad Shah, editor do portal de notícias Kashmir Walla, foi interrogado numa esquadra da polícia no sul da cidade de Pulwama, tendo sido mais tarde detido.

A polícia explicou que Shad foi identificado entre “alguns utilizadores do Facebook” que tinham publicado “conteúdo antinacional“, com “intenção criminosa de criar medo entre (o) público” e “provocar a perturbação da lei e ordem”, considerando que aquele conteúdo é “equivalente a glorificar as atividades terroristas“.

A agência noticiosa explica que o portal publicou várias notícias após um tiroteio entre rebeldes presos dentro de uma casa civil e tropas indianas em Pulwama, em 30 de janeiro.

No tumulto, um rebelde de Caxemira foi morto, assim como um militante paquistanês e adolescente, que as autoridades apelidaram de “híbrido”, termo que as autoridades começaram a utilizar no ano passado para alegados militantes sem registo policial e que operam como civis.

Numa dessas publicações está um vídeo em que são citados membros da família do adolescente assassinado que refutavam a alegação da polícia e um outro vídeo em que era citada a irmã do rapaz, contradizendo uma declaração anterior da família.

Entretanto, o Comité de Proteção dos Jornalistas de Nova Iorque pediu às autoridades indianas para “imediata e incondicionalmente” libertarem Shah, “abandonarem qualquer investigação sobre o seu trabalho e cessar a detenção de membros da imprensa”.

Umair Ronga, advogado do jornalista, considera que a prisão é “chocante” e que representa o “fim do Estado de Direito”. “Ele é um jornalista condecorado e um firme crente na majestade da lei. A sua prisão é injustificada”, escreveu no Twitter.

Caxemira está dividida entre a Índia e o Paquistão e ambos a reivindicam na íntegra, sendo uma das mais fortemente militarizadas do mundo.

ZAP // Lusa

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