Um estudo explica que a extração de petróleo e gás, através da técnica de perfuração conhecido como fracking, pode causar terramotos a dezenas de quilómetros de distância.
O fracking, conhecido também como fraturamento hidráulico, é uma técnica projetada para recolher gás e petróleo de rochas, na qual uma mistura de água de alta pressão é direcionada para a rocha para libertar o gás no seu interior.
Contudo, a ameaça de terramotos pode ser um verdadeiro problema para a continuidade deste processo cada vez mais adotado nos Estados Unidos. Na Holanda, o maior campo de extração de gás da Europa será fechado até 2030, após terramotos terem causado danos nas casas das redondezas.
Em Oklahoma, as autoridades dos EUA reduziram drasticamente as operações depois de a injeção de água subterrânea ter causado vários terremotos acima da magnitude cinco na escala de Richter.
Esta prática tem sido uma verdadeira batalha política, com os terremotos no centro da discussão. A comissária de fracking do Governo do Reino Unido, Natascha Engel, renunciou recentemente, alegando que um limiar de magnitude 0,5 para terremotos equivalia, na verdade, a uma proibição deste processo.
Por outro lado, os moradores estão em grande parte a oporem-se ao fraturamento perto das suas casas. O receio de possíveis danos às suas propriedades, no norte de Inglaterra, fizeram diminuir significativamente o preço das casas nesta área.
As operadoras sempre rejeitaram assumir a responsabilidade dos terramotos, apesar de novos estudos apontarem que há uma relação entre o fracking e os terramotos a quilómetros de distância.
Deslize sísmico
A quebra das rochas durante o fracking produz pequenos terramotos, geralmente impercetíveis. Porém, ocasionalmente, os fluídos que são injetados podem causar movimentos em falhas geológicas pré-existentes.
Isto pode gerar a libertação de energia armazenada na falha, quase da mesma forma que um esquiador pode provocar uma avalanche. Se suficientemente grave, o terramoto resultante pode causar danos às casas, ameaçando as comunidades locais.
Alguns destes terramotos ocorrem muito próximos do local de fraturamento, mas outros foram reportados a até 50 quilómetros de distância, dificultando a segurança das áreas vizinhas.
Um novo estudo, publicado este mês na revista Science, dá um passo significativo na compreensão deste fenómeno. Conduzindo experiências em falhas geológicas superficiais, os investigadores descobriram que bombear água para essas áreas fazia com que a rocha ao longo das falhas fosse lentamente deslizando.
Esses movimentos “silenciosos” inicialmente não produziram terramotos, mas gradualmente aumentaram a pressão em zonas mais distantes das falhas, provocando terramotos muito mais longe do furo do que o líquido injetado poderia alcançar.
O estudo mostra que com este mecanismo, o fracking pode provocar terramotos a dezenas de quilómetros de distância. Em Oklahoma, onde esta é uma prática comum, milhões estão em risco de danos à propriedade.
ZAP // The Conversation
Tenho a certeza que não tardará um estudo a contrariar precisamente estas conclusões… E quase que aposto qual a nacionalidade dos “investigadores”…
Mas isto é só um estudo a confirmar o obvio, se retiras gases e petróleo alem disso no processo quebras as rochas, fica espaço livre, isso vai originar a um movimento para completar o espaço.
Alguém pensa que se pode tirar petróleo e gás, e não sofrer consequências?
Ó Paulo, peço desculpa. Claramente não me fiz entender. O alcance do meu comentário é outro. Aquilo que o Paulo refere é por demais evidente. Nem merece contestação.
O que eu queria dizer é que não tarda e alguma reputada universidade americana vai produzir um “estudo” a desmentir este. Estudo esse que terá como contrapartida uma doação de alguns milhões oriundos do lobby do petróleo. Desde há anos que é assim. Quantos “estudos” não negam as alterações climáticas, pesem embora todas as evidências? Quantos estudos não recomendam o fim da venda livre de armas nos EUA? E por aí diante. O meu comentário é um mero exercício de sarcasmo. Abraço