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Ex-enfermeiro alemão admite que matou mais de 100 pacientes

O ex-enfermeiro alemão Niels Högel, acusado de matar mais de 100 doentes num período de cinco anos, admitiu a culpa esta terça-feira, no primeiro dia do seu julgamento.

O alemão foi acusado de administrar doses fatais de medicamentos para o coração nos pacientes ao seu cuidado, para, depois, proceder à sua “ressuscitação”, numa tentativa de impressionar os colegas ou por “simples aborrecimento”.

Os crimes aconteceram num período de 5 anos, entre fevereiro de 2000 e junho de 2005, no hospital de Oldenburg e numa clínica em Delmenhorst, na Alemanha. Högel terá matado pelo menos 36 pacientes em Oldenburg, onde trabalhou até 2002, e 64 em Delmenhorst, com idades compreendidas entre os 34 e os 96 anos.

Ao final da manhã de terça-feira, depois de um minuto de silêncio pelas vítimas e da leitura da acusação, o tribunal questionou Högel se as acusações que pesam contra ele estavam corretas. “Sim”, respondeu em voz baixa.

O caso veio à tona quando Högel foi apanhado em flagrante a injetar medicação não-prescrita a um paciente em 2005, na clínica de Delmenhorst. O ex-enfermeiro foi então condenado a sete anos e meio de prisão por tentativa de homicídio, em 2008.

Num segundo julgamento, entre 2014 e 2015, motivado pela pressão das famílias das vítimas, Högel foi condenado a prisão perpétua, considerado culpado dos crimes de homicídio e tentativa de homicídio de cinco outras vítimas, e impedido de voltar a exercer a sua profissão.

Nesta altura, Högel confessou ao psiquiatra que cometeu pelo menos mais 30 crimes em Delmenhorst, o que levou a que as autoridades investigassem as circunstâncias das mortes “suspeitas” também em Oldenburg.

Matar nunca foi o objetivo principal, refere um psicólogo que avaliou as capacidades mentais do ex-enfermeiro. Segundo este, Högel sentia-se “saciado” quando conseguia “ressuscitar” um paciente, mas o efeito durava apenas uns dias.

A investigação psiquiátrica revelou que o acusado sofre de distúrbios narcisistas e ainda de pânico da morte. Até agora, Niels Högel nunca expressou um verdadeiro remorso e, de acordo com reclusos com quem convive, o ex-enfermeiro está satisfeito em ser o maior criminoso desde a última guerra na Alemanha.

De acordo com o Público, 137 corpos de pacientes que morreram ao cuidado do ex-enfermeiro foram exumados, incluindo na Polónia e na Turquia, no maior caso de assassínios em série na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. Contudo, as autoridades dizem que o número total de mortes pode rondar os 200 ou 300.

ZAP //

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