A segurança está a ser reforçada em aeroportos com voos diretos para os Estados Unidos após alertas de que o governo americano teria informações confiáveis sobre possíveis ataques da Al-Qaeda.
O governo americano teme que membros de grupos afiliados à Al-Qaeda na Síria e no Iémen estejam a trabalhar juntos para tentar desenvolver explosivos que poderiam passar despercebidos pelos sistemas de segurança nos aeroportos.
Por receio de “novas ameaças terroristas”, o Governo norte-americano apelou na quarta-feira à vigilância nos aeroportos europeus e do Médio Oriente com ligações aos EUA.
Washington não especificou a natureza exata, localização ou iminência do perigo no referido alerta, que ocorreu num contexto de crescente tensão no Médio Oriente, sobretudo na Síria e no Iraque.
A Grã-Bretanha foi a primeira a anunciar, na quinta-feira, o reforço do seu dispositivo de segurança aeroportuária, seguida da Bélgica e da França.
Uma autoridade do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos disse que a aviação ainda é um “alvo atrativo” para grupos internacionais e que as medidas seriam uma resposta a uma “ameaça digna de crédito”, mas não avançou mais pormenores.
O secretário de Segurança Nacional americano, Jeh Johnson, disse em comunicado que os Estados Unidos estão “a dividir informação relevante com aliados estrangeiros e a consultar a indústria da aviação”.
Eles trabalharão para que as “medidas necessárias causem o menor transtorno possível a viajantes”. As mudanças devem ser aplicadas nos próximos dias.
Qual é o risco?
O correspondente de segurança da BBC, Frank Gardner, explica que esse reforço de segurança surge após preocupações dos analistas de inteligência de que o alto conhecimento no desenvolvimento de bombas proliferou-se entre os integrantes da Al-Qaeda do Iémen à Síria.
“Por cinco anos, jihadistas no Iémen têm trabalhado em explosivos de difícil deteção por equipamentos de segurança”, disse Gardner.
“O que preocupa o governo americano agora é a possibilidade de que jihadistas com passaportes europeus estejam na Síria a aprender a armar bombas antes de retornar para os seus países”, disse.
Segundo Gardner, em pelo menos três ocasiões, terroristas conseguiram embarcar com explosivos em voos internacionais. Apenas um explodiu, matando o homem que o carregava, já depois do avião ter aterrado.
Especialistas em segurança disseram à BBC que a melhor defesa contra o tipo de bombas que a Al-Qaeda pode estar a desenvolver é a combinação de dois tipos de scanners corporais.
Um que revela dispositivos ocultos – mesmo aqueles escondidos dentro do corpo de um homem-bomba – e outro que deteta as mais pequenas partículas de resíduo explosivo.
Aeroportos em todo o mundo reforçaram as medidas de segurança após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos. A segurança na cabina das aeronaves também foi reforçada.
Restrições a líquidos nas bagagens de mão foram introduzidas em 2006, depois de um plano para explodir sete voos dirigidos aos Estados Unidos e Canadá com bombas líquidas ter sido frustrado pelos serviços de segurança. Três homens por trás do plano foram condenados a prisão perpétua.
ZAP / Lusa / BBC