Os Estados Unidos indiciaram hoje seis iranianos e uma entidade iraniana pelo seu alegado envolvimento em tentativas de influenciar as eleições presidenciais de 2020 no país, informou o Departamento do Tesouro.
De acordo com a entidade governamental (equivalente ao Ministério das Finanças), estes grupos e indivíduos atuaram no sentido de disseminar desinformação através de ‘sites’ e redes sociais com o objetivo de comprometer o decurso das eleições norte-americanas e prejudicar a imagem do país.
No comunicado, o Departamento do Tesouro esclareceu que este desfecho resulta dos esforços coletivos do Departamento do Tesouro, do Departamento de Estado e do FBI, o gabinete federal de investigação.
Entre as ações denunciadas, incluiu-se uma mensagem que foi difundida em nome dos Proud Boys, um grupo de extrema-direita, que ameaçava com violência física os votantes do Partido Democrático caso não alterassem o sentido de voto e votassem por Donald Trump.
Os responsáveis oficiais dos EUA indicaram que o objetivo prioritário desta operação não consistia em alterar os resultados eleitorais, mas antes fomentar a perceção de que os resultados não poderiam ser confiáveis.
Dois iranianos, Seyyed Mohammad Hosein Musa Kazemi e Sajjad Kashian, foram indiciados à revelia perante um tribunal federal em Manhattan, suspeitos de terem participado no esquema. O Departamento do Tesouro também anunciou sanções contra os visados, os seus colegas e a empresa para a qual trabalhavam.
Os suspeitos não estão detidos e julga-se que estarão em território do Irão, mas os responsáveis norte-americanos esperam que os indiciamentos e as respetivas sanções restrinjam a sua capacidade para viajar.
No âmbito desta campanha, e de acordo com os responsáveis norte-americanos, os ‘hackers’ (piratas informáticos) tentaram interferir nos ‘sites’ de votantes em 11 estados e recolheram informações de mais de 100.000 pessoas sobre o seu sentido de voto em um estado.
Os ‘hackers’ também elegeram responsáveis republicanos e pessoas associadas à campanha de Trump, através de mensagens no Facebook onde se referia que os democratas estavam a cometer fraude eleitoral. E, no caso dos democratas, os ‘hackers’ terão enviado emails que ameaçavam “perseguir os votantes” que não votassem por Donald Trump.
// Lusa