O desafio foi lançado a 26 de maio pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed: o projeto nacional Legado Verde tem o objetivo de plantar quatro mil milhões de árvores – 40 por pessoa – e combater os efeitos da desflorestação e das alterações climáticas no país, propenso às secas.
Na passada quarta-feira, 24 de julho, o Ministro da Agricultura, Umar Hussen, noticiou que o país já tinha plantado 2,6 mil milhões das árvores previstas no projeto. E divulgou que, num só dia, na segunda-feira, 29 de julho, o país plantaria 200 milhões de árvores, noticiou o Diário de Notícias.
A confirmação da empreitada foi anunciada no Twitter pelo Ministro da Inovação e Tecnologia, Getahun Mekuria, que ainda aumentou a meta a atingir: 250 milhões de árvores, pulverizando o recorde mundial de 2016, que estava em nome da índia, com 50 milhões de árvores plantadas num dia.
O Ministro do Ambiente disse que tem sido feita uma monitorização a nível nacional da plantação para garantir que as plantas cresçam efetivamente e que a prática terá continuidade no futuro, para ser possível identificar quais sementes crescem e onde e quais é que não crescem.
A iniciativa é de extrema importância para a Etiópia, que perdeu milhares de árvores e recursos florestais nos últimos anos.
O especialista em silvicultura e uso da terra Azene Bekele, do Centro Amiental do Chifre da África Regional, afirmou que, se a Etiópia mantiver o ímpeto do projeto, a área de 23% do país será coberta por árvores, economizando 390 milhões de dólares (cerca de 350 milhões de euros) por ano, que o país gasta a importar produtos florestais.
“A Etiópia tem um potencial tremendo para o reflorestação à medida que as plantas crescem ao longo do ano. Assim, o país pode economizar 390 milhões de dólares em importações de produtos florestais e será capaz de exportar, além de atender à demanda nacional”, explicou.
“Além da importância económica, o projeto ajudará a mitigar os impactos das alterações climáticas, às quais a Etiópia é um dos países mais vulneráveis”, acrescentou.