Estudo revela ligação genética entre amigos

Stock Photo

A percentagem de similaridade genética «é a mesma dos primos em quarto grau»

A percentagem de similaridade genética «é a mesma dos primos em quarto grau»

Se considera os seus amigos família, saiba que pode estar mais certo do que imagina. Um novo estudo revela que os amigos podem partilhar uma série de genes semelhantes – não os suficientes para serem como irmãos, mas comparável a primos afastados.

A pesquisa, realizada por investigadores genéticos das universidades da California, em San Diego, e Yale, foi publicada esta segunda-feira na PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences.

O estudo teve como base cerca de 1,5 milhão de marcadores genéticos, tendo sido analisado um grupo de 1.932 indivíduos da cidade de Framingham, em Massachusetts. Os cientistas compararam o DNA de amigos sem vínculos parentais com o de pessoas que não se conheciam de todo.

Os resultados revelaram que indivíduos que pertenciam a um mesmo círculo social partilhavam quase 1 por cento de genes semelhantes, bem mais do que pessoas sem qualquer relação de amizade.

Esta percentagem de similaridade genética «é a mesma que têm os primos em quarto grau», destacou a pesquisa.

Paul Schnaittacher / Wikimedia

Nicholas Christakis, professor na Universidade de Yale, director do Human Nature Lab, físico e sociólogo, é conhecido pela sua investigação em redes sociais.

Nicholas Christakis, professor na Universidade de Yale, director do Human Nature Lab, físico e sociólogo, é conhecido pela sua investigação em redes sociais.

«Embora 1 por cento possa parecer pouco aos olhos de um leigo, para os geneticistas trata-se de um número bastante significativo», afirma o co-autor do estudo, Nicholas Christakis, professor na Universidade de Yale.

«A maioria das pessoas nem sabe quem são os seus primos em quarto grau. De alguma forma, entre uma infinidade de possibilidades, tendemos a seleccionar para amigos pessoas que se parecem com os nossos parentes», explica.

De salientar que estes resultados não reflectem a tendência que as pessoas podem ter em escolher amigos da mesma etnia, afirmam os investigadores. A maioria dos participantes na pesquisa era branca e de origem europeia.

O estudo aponta para a necessidade de uma nova análise científica relativamente ao papel da amizade. «Os humanos são uma das poucas espécies que estabelecem relacionamentos de longo prazo e não-reprodutivos com outros membros da mesma espécie», diz James Fowler, professor de Medicina Genética e Ciência Política da Universidade da Califórnia, em San Diego.

«Esse papel de afiliação é de extrema importância e está ligado ao sucesso da humanidade», conclui.

CG/ZAP

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.