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Estudo em ratos pode ter descoberto medicamento que previne o Alzheimer

Um estudo realizado em ratos pode ter descoberto um medicamento que previne a doença de Alzheimer. O próximo passo é testá-lo em pessoas com demência.

Embora cerca de uma em cada 14 pessoas com mais de 65 anos tenha a doença de Alzheimer, ainda não há cura nem nenhuma maneira de prevenir a sua progressão. Agora, um estudo pode deixar-nos um passo mais perto da sua prevenção.

O teste de laboratório, que foi conduzido em animais, descobriu que uma molécula específica pode prevenir a acumulação de uma proteína tóxica no cérebro, conhecida por causar Alzheimer.

Desde 1906, os investigadores sabem que as placas amiloides são uma das causas da doença. Essas placas são depósitos teimosos e pegajosos que se acumulam no nosso cérebro e contêm uma proteína chamada beta-amiloide, que causa a morte das células nervosas e tem sido o foco de muitos estudos.

Primeiro, a beta-amiloide ataca as redes de comunicação entre as nossas células nervosas (sinapses) e, de seguida, sufoca-as. Este dano às células nervosas é o que contribui para os sintomas da doença de Alzheimer.

Atualmente, não há medicamento que possa alterar a quantidade de placa amiloide que se acumula no cérebro ou impedir que essa acumulação aconteça.

A beta-amiloide vem de uma proteína chamada proteína precursora de amiloide (PPA), que reside em todo o nosso corpo – e não apenas no cérebro. A família de proteínas PPA está envolvida numa série de funções biológicas, desde a produção de outras proteínas até ao controlo da comunicação entre as células nervosas.

No entanto, quando moléculas de PPA maiores são divididas pelo corpo em fragmentos menores, podem seguir dois caminhos. Uma dessas rotas não está associada à doença, enquanto a outra mostrou elevar os níveis de beta-amiloide. Se olharmos para o caminho que leva à doença de Alzheimer, os cientistas identificaram uma enzima conhecida como gama-secretase como um elemento chave na conversão de PPA em beta-amiloide.

Há muito tempo que os cientistas têm como objetivo a gama-secretase para impedir a acumulação de beta-amiloide que forma as placas. Mas, apesar dessa perceção, os esforços para inibir as ações da gama-secretase falharam amplamente, com alguns testes a indicarem que a inibição pode aumentar a taxa de declínio da função cerebral.

Molécula experimental

No entanto, um estudo recente adotou uma abordagem diferente dos anteriores. Em vez de tentar derrubar a gama-secretase, a equipa procurou diminuir a sua atividade. Para fazer isto, os investigadores precisavam de gerar novas moléculas que mudariam a atividade da gama-secretase e ofereceriam proteção contra a formação de depósitos de beta-amiloide no cérebro.

A equipa gerou então três compostos de interesse enquanto trabalhava em concentrações muito baixas – algo que é vital para fazer novos medicamentos. Depois, procurou levar um desses compostos adiante e testá-lo num modelo animal da doença de Alzheimer.

Para fazer isto, foram usados ratos alterados para gerar mais beta-amiloide – exibindo, assim, alguns dos sinais da doença de Alzheimer.

O resultado foi uma redução da quantidade de beta-amiloide no cérebro para metade. Embora outros estudos tenham produzido resultados semelhantes em modelos animais, os resultados deste estudo são significativos porque este composto poderia ser usado não apenas para tratar a demência, mas também para a prevenir.

Os autores também notaram outras mudanças no cérebro dos ratos tratados com esta molécula: a molécula amorteceu a reação das células imunológicas do cérebro, a microglia. Embora estas células sejam importantes para a saúde do cérebro, também podem ser prejudiciais quando sobreativadas – que é o que acontece com a doença de Alzheimer. Isso mostra que os benefícios do medicamento podem ser duplos.

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