Novo estudo desafia a teoria principal sobre a origem dos humanos modernos

O estudo sugere que os homo sapiens evoluíram a partir e várias populações em África, contrariando a teoria principal que defende que os humanos modernos surgiram de uma única população.

Uma pesquisa publicada na Nature desafia a teoria principal sobre origem dos Homo sapiens, que refere que os humanos modernos evoluíram a partir uma única população antiga.

O novo estudo sugere antes que os humanos surgiram de várias populações diversas em África, com a primeira separação detetável a ocorrer há entre 120 mil e 135 mil anos, depois de vários períodos de misturas genéticas.

Os cientistas chegaram a esta conclusão depois de estudarem o material genético das populações atuais em África, que compararam com evidências fósseis das primeiras populações de homo sapiens no mesmo continente.

Apesar de os investigadores acreditarem que os humanos modernos apareceram em África, ainda há incertezas sobre como a evolução divergiu e como as pessoas migraram pelo continente, relata o SciTech Daily.

“Essa incerteza deve-se a dados genómicos antigos e fósseis limitados e ao facto de que o registo fóssil nem sempre se alinha com as expectativas de modelos construídos com ADN moderno”, explica Brenna Henn, professora de antropologia e autora principal do estudo

Os autores testaram um leque de modelos da evolução e da migração em África propostos na literatura genética e paleoantropológica, incorporando dados do genoma da população do sul, leste e oeste do continente.

A pesquisa incluiu genomas recém-sequenciados de 44 indivíduos Nama modernos do sul da África, uma população indígena conhecida por ter níveis excecionais de diversidade genética em comparação com outros grupos modernos. Os cientistas geraram dados genéticos recolhendo amostras de saliva de indivíduos modernos nas suas atividades diárias nas suas aldeias entre 2012 e 2015.

O modelo sugere que a primeira divisão populacional entre os primeiros humanos que é detetável em populações contemporâneas ocorreu há entre 120 mil e 135 mil anos, depois de duas ou mais populações com poucas diferenças genéticas se misturarem durante centenas de milhares de anos.

Após a divisão da população, as pessoas ainda migraram entre as populações-tronco, criando um tronco pouco estruturado. Isso oferece uma melhor explicação da variação genética entre humanos individuais e grupos humanos do que os modelos anteriores, sugerem os autores.

“Estamos a apresentar algo que as pessoas nunca tinham testado antes. Isto move a ciência antropológica significativamente para frente”, afirma Henn.

Os autores estimam que, de acordo com este modelo, 1-4% da diferenciação genética entre as populações humanas contemporâneas pode ser atribuída à variação nas populações-tronco.

Este modelo pode ter consequências importantes para a interpretação do registo fóssil. Devido à migração entre os ramos, essas linhagens múltiplas provavelmente eram morfologicamente semelhantes, o que significa que é improvável que fósseis de hominídeos morfologicamente divergentes (como o Homo naledi) representem ramos que contribuíram para a evolução do Homo sapiens.

ZAP //

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