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Estrela Gliese 710 vai passar “tangente” ao sistema solar

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ESO

Conceito artístico da estrela Gliese 710

Conceito artístico da estrela Gliese 710

O nosso Universo é um espaço astronomicamente vasto, mas de vez em quando temos alguns encontros imediatos que podem ser problemáticos para as pequenas criaturas que habitam a superfície dos seus planetas.

Segundo um novo estudo, publicado no jornal Astronomy and Physics, isso é o que poderá acontecer quando a estrela Gliese 710 passar extremamente perto do nosso sistema solar… daqui por um milhão de anos.

A Gliese 710 está neste momento a cerca de 64 anos luz de distância, mas a sua trajectória faz com que esteja a viajar em nossa direcção a alta velocidade.

Segundo novos cálculos dos astrónomos, utilizando dados mais precisos do observatório espacial Gaia da ESA, a estrela poderá passar a apenas 77 dias luz do nosso sistema solar.

Esta é uma distância bastante mais pequena do que se estimava antes – e ainda assim, com uma margem de erro bastante significativa, que admite que a estrela possa mesmo passar a apenas 40 dias luz de distância.

Tanto num caso como no outro, é uma trajectória que faz com que a Gliese 710 atravesse a nuvem de Oort, que rodeia o nosso sistema solar, e onde existem milhares de milhões de detritos cósmicos, com efeitos que não serão pacíficos.

JPL-Caltech / NASA

A nuvem de Oort, o Sistema Solar, e distâncias relativas de corpos e formações celestes

A nuvem de Oort, o Sistema Solar, e distâncias relativas de corpos e formações celestes

A estrela poderá atrair cerca de 100 milhões destes objectos, e fazer com que a órbita de muitos mais seja perturbada e os mesmos sejam enviados para o interior do sistema solar.

Tal poderá aumentar significativamente o número de cometas, meteoros e outros corpos celestes, e a probabilidade de que ocorram colisões com a Terra.

Aliás, alguns cientistas acreditam que terá sido um evento idêntico há 65 milhões de anos que terá estado na origem da colisão com o meteoro que levou à extinção dos dinossauros.

Felizmente, há quem diga que daqui por um milhão de anos o Homem nem sequer por cá estará… mas o tempo voa, e um milhão de anos não é assim tanto tempo – astronomicamente falando, claro.

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2 Comments

  1. “Felizmente” porquê?

    Pois eu diria que os descendentes dos actuais humanos que ainda andarem por cá neste cantinho da Via Láctea quando virem a Gliese 710 a meia dúzia de anos luz de distância e sendo esta estrela uma anã vermelha simplesmente pensarão algo como:

    “Vem mesmo a jeito para criarmos mais um mini-sistema solar. Desta vez colocamos a estrela numa órbita estacionária a 100 dias luz do Sol, deslocamos a Lua Europa da órbita de Júpiter para a órbita da estrela e quando o gelo de Europa derreter poderemos criar fantásticas cidades flutuantes que estarão eternamente sob um brilho idêntico ao do pôr-do-Sol na Terra.
    Será o planeta ideal não apenas para passar umas belas férias aquáticas mas também para os casais em lua de mel fazerem promessas de fidelidade sob a sua luz reconfortante”

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