A estrela FU Orionis, localizada a cerca de 1.200 anos-luz da Terra, está a romper e a devorar um planeta na sua órbita.
O planeta tem cerca de seis vezes a massa de Júpiter e está a sofrer há décadas uma evaporação extrema das suas camadas, causada pela estrela.
Astrónomos da Universidade de Leicester, no Reino Unido, notaram que, há 85 anos, a estrela ficou centenas de vezes mais brilhante que o comum, e continua assim.
Com simulações do sistema, Sergei Nayakshin e outros cientistas descobriram que o brilho foi causado por algum planeta que se aproximou demais dela e acabou incinerado.
Outros estudos mostram que a FU Orionis tem um disco de material com algumas dezenas de milhares de graus Celsius, sendo quase 300 vezes mais brilhante que o Sol.
“O disco é quase 100 vezes menor que o disco típico que vemos, mas é milhares de vezes mais brilhante que a maioria dos sistemas — e, na verdade, ele ofusca a estrela”, descreveu Nayakshin.
As observações indicam que, de facto, há um planeta na órbita da estrela.
Parece ter apenas 100 mil anos, o que o torna bastante jovem em termos astronómicos, e o calor provavelmente fez com que se expandisse, chegando ao tamanho do Sol.
Isso fez com que as camadas mais externas do planeta fossem rompidas mais facilmente pela estrela.
Segundo os cálculos dos autores, deve demorar apenas 300 anos para o planeta ser totalmente devorado pela sua estrela.
A evaporação é algo já previsto por astrónomos e, agora, foi observada pela primeira vez.
“Este processo provavelmente ocorre frequentemente, e uma parte não-negligenciável da massa das estrelas pode, na verdade, vir da canibalização dos seus próprios planetas”, explicou Nayakshin.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
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