Um novo estudo sugere que a idade de esterilização dos gatos deve ser antecipada de seis para quatro meses, com o objetivo de prevenir ninhadas indesejadas de gatinhos, que muitas das vezes acabam por ser abandonados.
Julia Beatty, professora de Ciências Veterinárias da Universidade de Sydney, e uma das autoras do estudo, descobriu que mais de 83% dos gatos que são levados a consultas de veterinários na Austrália foram esterilizados. Este é um número que tem aumentando no país, porém os especialistas sublinham que a prática deve ser feita no geral.
O estudo indica que a castração em animais com quatro meses ou menos foi realizada em apenas 21,5% das gatas, enquanto apenas 59,8 % foram castradas aos seis meses de idade.
“Esta situação cria uma lacuna potencial de gravidez entre o momento em que a gata atinge a puberdade e a idade na cirurgia”, disse Beatty. “Porém, é uma lacuna que pode ser eliminada se se começar a castrar os gatos antes dos quatro meses de idade”.
Beatty defende que a castração precoce é importante para evitar que ninhadas indesejadas acabem por ir parar a abrigos sobrecarregados e que têm poucos recursos. Esta situação acaba por ser prejudicial ao seu bem-estar e coloca stress adicional à vida animal, avança o Phys.
“Esperemos que o nosso estudo incentive as pessoas que possuem animais a castrarem os seus gatos antes de estes atingirem os quatro meses de idade”, realçou Beatty. “Isso seria uma vitória para o bem-estar dos gatos”, que muitas das vezes acabam por ser abandonados e receber maus tratos ao longo da sua vida por não terem nenhuma família que os consiga abrigar.
A equipa de investigadores estudou registos médicos anónimos de mais de 52 mil gatos, incluindo gatos de estimação, gatos reprodutores e gatos pertencentes a abrigos.
Durante a pesquisa, a equipa descobriu que a prática de castrar gatos mais jovens está a aumentar, mas apenas 59,8% das gatas foram esterilizadas aos seis meses de idade. Contudo, os veterinários lembram que uma fêmea pode dar à luz até três ninhadas, de até seis gatinhos por ano.
“São muitos gatos – muito mais do que o número de casas”, lamenta Lara Boland, co-autora do estudo.
Os resultados do estudo foram publicados revista Scientific Reports em janeiro.