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Este lápis de cor tem 10 mil anos, é ocre vivo e do Mesolítico

(dr) Paul Shields / University of York

Uma equipa de arqueólogos encontrou um lápis rudimentar, em Yorkshire, Inglaterra, que pensa ter sido um dos primeiros lápis de cor da história.

Uma equipa de arqueólogos da universidade britânica de York descobriu um lápis rudimentar junto de um antigo lago em Scarborough, na região de Yorkshire, no sítio arqueológico anteriormente conhecido como Star Carr. Segundo a equipa, este pode ser um dos primeiros exemplos de um lápis de cor.

O lápis é de ocre vivo, uma cor muito comum nas pinturas pré-históricas, e mede 22 milímetros, por 7 de espessura. Uma das pontas é mais aguçada do que a outra e a equipa sugere que este lápis era usado pelos nossos antepassados de há cerca de dez mil anos para colorir peles de animais, a sua própria pele, vasos ou rochas.

O coordenador do estudo, Andy Needham, do departamento de arqueologia da Universidade de York, citado num comunicado da sua universidade, explica que a utilização desta cor representava “uma parte significativa da vida dos caçadores-recoletores” sendo o ocre “aquela que fornece um vermelho vibrante”.

Segundo avança o Diário de Notícias, esta cor “é muito importante no período Mesolítico”, entre há 12 mil e nove mil anos, e foi muito utilizada pelos nossos antepassados de diversas formas.

Analisado a nível químico, o lápis tem dez mil anos e é um objeto com grande significado, já que “permite ter uma uma imagem muito mais nítida de como seria a vida nesta região, sugerindo que este deveria ser um local muito colorido”.

A equipa encontrou também um outro objeto no local, uma pedra arredondada da mesma cor, que está riscada numa das faces e sugere que serviu também de fonte como produto colorante. “Tanto um objeto como o outro foram encontrados numa zona que já se sabia que era rica do ponto de vista da produção de arte“, frisa o coordenador.

Segundo o mesmo jornal, a equipa, que incluiu também arqueólogos das universidades britânicas de Chester e de Manchester, utilizou uma técnica avançada de micospectroscopia, que permitiu determinar o material de que são feitos e os sinais de manipulação humana que apresentam.

No estudo, publicado em dezembro na Journal of Archaeological Science: Reports, os autores explicam que a “forma alongada” do lápis e o facto de exibir quatro faces “não são conformes à cristalização natural da hematite, o material de que é composto”. Já a observação microscópica da pedra confirma que esta foi modificada pela mão humana.

Ambos os artefactos são a prova material de atividades de carácter artístico que já se sabia terem sido praticadas no período mesolítico naquela região.

ZAP //

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