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Estar sempre a testar-se é a melhor estratégia para aprender rapidamente

Um crescente corpo de pesquisa tem explorado uma estratégia de aprendizagem que parece ser bastante eficaz. Conhecido como “efeito do teste”, o fenómeno pode ajudar as pessoas a memorizar informações novas a longo prazo com maior precisão do que outros métodos como a revisão.

Por exemplo, ao aprender uma nova língua, em vez de ler e reler uma lista de palavras para melhorar seu vocabulário, é melhor lê-la apenas uma vez e, em seguida, testar a si mesmo repetidamente.

Um estudo de 2003 citado numa meta-análise feita por Henry L. Roediger III e Jeffrey D. Karpicke destaca o poder do teste para fazer uma informação perdurar na memória.

O estudo foi conduzido por Mark Wheeler, que pediu aos participantes para analisarem uma lista de 40 palavras cinco vezes, ou revê-la apenas uma vez e fazer quatro testes para memorizá-la. Depois, todos os voluntários fizeram um teste final 5 minutos ou uma semana depois da memorização.

Os resultados mostraram que os participantes que tinham lido a lista de palavras cinco vezes desempenharam muito melhor no teste final cinco minutos depois. Mas os participantes que tinham lido a lista apenas uma vez tiveram melhor desempenho no teste final uma semana depois.

Ou seja, os testes constantes pareceram ajudar a impulsionar a memória de longo prazo dos participantes.

Certo ou errado?

Estudos mais recentes sugerem que a combinação de testes com feedback imediato (descobrir se você respondeu certo ou errado) é ainda mais eficaz, podendo até melhorar a memória logo após a informação ser aprendida.

Um estudo de 2014 conduzido por Carola Wiklund-Hörnqvist pediu a 83 alunos de psicologia para estudar uma série de conceitos psicológicos durante quatro minutos.

Em seguida, metade dos participantes continuou a estudar esses conceitos, com cada um apresentado num ecrã durante 15 segundos de cada vez.

Enquanto isso, a outra metade fez seis testes nos quais tinham que dizer qual era o conceito descrito no ecrã. Por exemplo, se aparecia no ecrã “a melhoria na retenção da informação apresentada no início de uma lista”, os participantes tinham que responder “efeito de primazia” – e em seguida viam a resposta correta.

No fim do período de aprendizagem, todos os participantes fizeram um mesmo teste 18 dias e cinco semanas depois. Os que tinham sido testados anteriormente – ou seja, durante a aprendizagem – apresentaram melhor desempenho em todos os testes.

Vistos em conjunto, estes estudos e outras provas sugerem que a estratégia mais eficiente para se lembrar de alguma coisa – seja aprender um novo idioma ou estudar para uma teste – é simplesmente praticar recordá-lo. E a maneira fácil de fazer isso é testar-se repetidamente.

HypeScience

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