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Afinal, o infame “esquilo vampiro” do Bornéu só gosta de comer sementes

Joseph Wolf / Wikimedia

O esquilo Rheithrosciurus macrotis

Sim, este esquilo do Bornéu tem uma dieta bastante específica, mas nada tão violento ou macabro que justifique o apelido que lhe foi dado em 2014: “esquilo vampiro”.

De acordo com o site IFLScience, o esquilo Rheithrosciurus macrotis, que se encontra apenas na ilha de Bornéu, ganhou a sua terrível reputação depois de um estudo científico, em 2014, o ter apelidado de “esquilo vampiro”.

Isto porque, segundo algumas lendas locais, estes esquilos empoleiram-se em galhos baixos para atacar veados quando estes menos estão à espera, cortando as suas veias jugulares, estripando-os e comendo os seus órgãos.

Agora, cientistas realizaram o primeiro estudo sobre o comportamento alimentar deste animal e concluíram que, de facto, apresenta uma dieta muito específica, mas não envolve assim tanta violência. Parece que o R. macrotis se alimenta quase exclusivamente das sementes mais duras da floresta tropical.

A equipa observou vários espécimes no seu habitat natural, no Parque Nacional Gunung Palung, durante vários anos, e percebeu que estes esquilos se alimentam, sobretudo, das sementes das plantas C. decumanum e M. leptopoda.

“Estamos a falar de sementes tão duras que um humano forte, mesmo com a ajuda de um martelo, teria de trabalhar bastante para conseguir apenas uma”, disse ao mesmo site Andrew Marshall, investigador da Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, que coordenou a investigação.

Para além dos hábitos alimentares, este esquilo apresenta outras características invulgares como, por exemplo, os seus dentes. “Os dentes em forma de serra são diferentes de tudo aquilo que já vimos noutros mamíferos”, acrescenta Marshall.

E não nos podemos esquecer da sua cauda, apelidada pelo estudo de 2014 como a “mais fofa do mundo”. Esta é 30% mais volumosa do que o resto do seu corpo e, portanto, quando este esquilo se mexe, a cauda esconde o corpo, fazendo-o parecer muito maior do que realmente é, sendo possivelmente uma boa arma para confundir predadores.

O estudo foi publicado, no mês de agosto, no repositório bioRxiv, o que significa que ainda não foi sujeito à revisão por pares.

ZAP //

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