Bloco e PCP querem Educação Física a contar para acesso à universidade

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António Cotrim / Lusa

Catarina Martins (BE) e jerónimo de Sousa (PCP)

Bloquistas e comunistas apresentam, esta quarta-feira, no Parlamento, os projetos de resolução para reverter a decisão do anterior Governo que retirou à disciplina qualquer peso relativamente à média de acesso à universidade.

O Bloco de Esquerda e o PCP querem que a nota de Educação Física volte a contar para a média de acesso ao Ensino Superior, tal como acontecia até à reforma introduzida pelo ministro da Educação do Governo PSD/CDS, Nuno Crato, avança o Observador.

Os dois partidos já apresentaram projetos de resolução nesse sentido. Os bloquistas criticam o facto desta disciplina ter sofrido “uma acentuada desvalorização a partir de 2012″ e os comunistas relembram que as alterações do anterior Executivo foram “profundamente criticadas pela comunidade educativa, docentes do ensino superior, investigadores, estudantes, atletas e estruturas associativas e representativas do setor”.

A ideia de reverter esta decisão já tinha sido anunciada, em 2016, pelo secretário de Estado da Educação, João Costa, no entanto, as novas regras continuam por aplicar, escreve o jornal online.

O Bloco recomenda que se faça uma avaliação “das alterações feitas pelo anterior Governo em relação à disciplina” e o PCP sugere ainda ao Governo que “reponha a carga horária nos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e no Ensino Secundário”.

De acordo com o Diário de Notícias, a organização que agrega os professores da área garante que os receios de que esta alteração possa penalizar alguns alunos são rejeitados pela realidade dos números, que dizem que a disciplina “não baixa a média” final.

“Se formos analisar os dados da avaliação, a média com Educação Física, na maior parte dos casos, fica igual ou pode eventualmente aumentar alguns pontos”, diz ao jornal Nuno Fialho, vice-presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física (CNAPEF), acrescentando que é “o que não acontece com outras disciplinas, como Matemática, que tem uma influência bastante maior”.

O docente considera que é crucial que a disciplina tenha o mesmo peso do que as outras, já que, além de “fazer com que muitos alunos não se apliquem tanto”, a desvalorização da Educação Física só contribui para o sedentarismo que se verifica “na passagem do nono para o décimo ano, em particular entre as raparigas”.

ZAP //

3 Comments

  1. Não posso deixar de concordar com a generalidade da argumentação aqui e noutros fóruns apresentada, com a exceção de que a afirmação ..”disciplina “não baixa a média” final.” é falsa e moralmente desonesta. Os alunos que que acedem aos cursos com médias mais elevadas, não são com certeza brilhantes alunos de educação física, ou seja os melhores alunos vão ser prejudicados. A prova dos nove, era avaliar se os alunos que entraram para o ensino superior nos últimos 3 anos, para cursos com médias acima de 17 val. eram ou não prejudicados nas suas ambições com a media de educação física. Se fizermos a média de todos os alunos do secundário que deve ser de 12 ou 13 valores no secundário então claro podemos afirmar que a nota não prejudica, mais uma vez prejudicamos quem mais trabalha e se esforça em beneficio de quem nada estuda, mas que tem jeito para fazer o pino e dar uns chutos na bola….

  2. É que saber fazer o pino e dar uns chutos na bola, também não é para todos e esses também são prejudicados não contando para nota como nos países desenvolvidos, é que o portuguesito a nível de educação anda sempre anos de luz atrás.
    Mas também com mentalidades e “educação” como esta não se pode esperar mais nada.

  3. sinceramente acho que estao é a mandar areia para os olhos, e porque não entram todos na universidade e acabamos de vez com a “clausidade” , o que nao faltam para ai são universidades , ah agora vai haver uma em Carcavelos .
    que se façam universidades !!!
    ah e quem paga ? pagamos nós , deixamos de pagar os bancos bpn, bes , ah e tirar as reformas vitalicias a quem faz um mandato no parlamento e nao tem idade para se reformar …

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