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O espelho usado por John Dee para falar com fantasmas veio dos Astecas

Ashmolean Museum / Wikimedia

John Dee foi um matemático, astrónomo, astrólogo, geógrafo e conselheiro particular da rainha Isabel I

Uma análise do chamado “espelho espiritual” de John Dee, usado pelo inglês para tentar falar com fantasmas, mostra que o objeto tem origens na Civilização Asteca.

Além de conselheiro da Rainha Isabel I de Inglaterra, John Dee estava profundamente envolvido nos campos da magia e do ocultismo. O inglês chegou mesmo a tentar comunicar-se com fantasmas, tendo usado para isso um “espelho espiritual” feito de obsidiana polida (uma rocha maioritariamente composta por vidro vulcânico).

O espelho em questão encontra-se agora no Museu Britânico, em Londres, e recentemente, conta o site Live Science, uma equipa de cientistas decidiu analisá-lo, assim como outros objetos relacionados nas coleções deste museu.

De seguida, os investigadores compararam as suas “impressões digitais” químicas (proporções de elementos como ferro, titânio e rubídio) com as proporções em amostras de obsidiana extraídas de diferentes partes do México.

Isto porque os espelhos de obsidiana, como o deste conselheiro da rainha, eram conhecidos da cultura Asteca. Os Astecas usavam-nos para adivinhar o futuro e também durante rituais religiosos.

“Como a obsidiana só ocorre em locais vulcânicos muito específicos, quase sempre tem um perfil químico muito distinto”, explicou ao mesmo site Stuart Campbell, professor na Universidade de Manchester e autor principal do estudo publicado, esta quinta-feira, na revista científica Antiquity.

A análise mostrou que o espelho de John Dee, assim como um espelho circular muito semelhante ao seu, eram correspondências muito próximas de amostras de Pachuca, uma região no México que esteve sob controlo dos Astecas e que “era a mais explorada” por esta civilização para encontrar obsidiana.

No início do século XVI, os espelhos de obsidiana que eram feitos por este povo tinham um contexto cultural muito específico. Por isso, quando os colonizadores os trouxeram para a Europa, estes também transplantaram a ideia de que podiam ser usados para perscrutar o futuro ou contactar com outros mundos.

ZAP //

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