Espanha. Associação cultural pede desculpa por desfile com trajes nazis

Parte do vídeo do desfile no Carnaval de Campo de Criptana

Neste Carnaval, a Associação Cultural El Chaparral de Las Mesas, em Espanha, organizou um desfile para recordar “um dos acontecimentos mais ignóbeis da história da humanidade”. Mas o que era para ser uma homenagem, originou criticas e levou a um pedido de desculpas por parte do grupo.

Segundo noticiou o Expresso, o desfile da associação contava com oficiais nazis armados, prisioneiros de campos de concentração a agitar bandeiras de Israel, um carro alegórico com duas chaminés – a evocar um crematório – e música de dança como som de fundo. A Embaixada de Israel em Espanha condenou a atuação.

“Condenamos a vil e repugnante representação que banaliza o Holocausto no Carnaval de Campo de Criptana, desrespeitando seis milhões de judeus assassinados pelos nazis”, denunciou no Twitter a representação diplomática israelita em Espanha.

https://twitter.com/IsraelinSpain/status/1232299766069047297?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1232299766069047297&ref_url=https%3A%2F%2Fexpresso.pt%2Finternacional%2F2020-02-26-E-carnaval-Israel-levou-a-mal.-Associacao-cultural-espanhola-pede-desculpa-por-desfile-com-trajes-nazis

inicialmente, a associação recusou as críticas, acabando na esta terça-feira por pedir desculpas e cancelar a presença na mesma tarde, no ofertório de Herencia. O grupo, originário da cidade de Cuenca, a 150 quilómetros de Madrid, também não estará presente num desfile em Ciudad Real, este domingo, informou a Cadena SER.

O grupo, que admitiu tratar-se de um tema sensível, garantiu que apenas pretendia homenagear as vítimas do nazismo. Mas, “se o objetivo inicial era homenagear as vítimas, é evidente que ele não foi alcançado”, referiu em comunicado a Câmara Municipal de Campo de Criptana, onde decorreu o desfile.

A autarquia autorizou o desfile mediante uma descrição do propósito, mas admitiu que não tem capacidade para “controlar ou supervisionar a operacionalização de todos os grupos” que participaram no Carnaval.

A alusão aos nazis gerou polémica também num evento de Carnaval em Aalst, na Bélgica. O desfile foi retirado da lista de eventos reconhecidos pela UNESCO como património da Humanidade no ano passado, após críticas de antissemitismo.

Contudo, este ano viam-se uniformes nazi e judeus ortodoxos retratados como insetos com o único objetivo de amealhar dinheiro. Um dos grupos produziu uma figura de um judeu com sacos de dinheiro e um rato nos ombros. A primeira-ministro belga, Sophie Wilmès, acusou o evento de manchar os “valores e reputação” do país.

ZAP //

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