Docentes serão a classe mais combativa em 2023, pelo que os encarregados de educação devem preparar-se para uma primeira semana letiva complicada.
O novo ano deverá arrancar com greves em vários setores, que poderão causar disrupções no normal funcionamento do país. Desde portos, escolas e empresas, são várias as classes que iniciam 2023 com protestos por aumentos salariais, valorização nas carreiras e, sobretudo, contra os cortes no poder de compra resultantes da subida da inflação.
Uma consulta ao calendário permite perceber que serão os docentes a classe mais combativa em 2023, pelo que os encarregados de educação devem preparar-se para uma primeira semana letiva complicada, com o provável encerramento dos estabelecimentos de ensino. Os protestos foram convocados pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) e pelo Sindicato Independente dos Professores e Educadores.
Ainda assim, de acordo com o Diário de Notícias, as graves com maior impacto nos estabelecimentos de ensino deverão ser convocadas por oito organizações de professores e educadores, entre as quais se destaca a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), uma das federações sindicais de docentes mais representativa, afeta à CGTP.
Caso as negociações com o Ministério da Educação não cheguem a bom porto até 10 de janeiro, o previsto é que existam 18 dias de paralisações por distrito do continente, com início a 16 de janeiro em Lisboa e a terminar a 8 de fevereiro no Porto, com uma manifestação nacional a 11 de fevereiro.
No caso das autoridades portuárias, a grave foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP), devendo durar vários dias até 30 de janeiro. A estrutura sindical acusa as administrações portuárias de “ausência total de disponibilidade” para consensos, com o sindicato a fazer “vários pedidos de reunião” que ficaram sem resposta, “nomeadamente por parte das administrações de Sines e de Lisboa“.
No caso do privado, estão previstas paralisações em vários setores de atividade a 9 de fevereiro, a propósito do Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, convocado pela CGTO, o único parceiro social que não subscreveu o acordo de melhoria de rendimentos. Como tal, a secretária-geral da confederação social, Isabel Camarinha, antecipa “um máximo de greves e ações de luta por todo o país”. “Os portugueses já sofriam com baixos salários e pensões e agora, com o aumento brutal dos preços, ainda vai ser pior, o que irá aumentar a contestação social”, realça.