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Equador. Presidente foge da capital após manifestantes invadirem o Parlamento

Archivo Medios Públicos EP / Flickr

O Presidente do Equador, Lenín Moreno

O Presidente do Equador, Lenín Moreno, impôs na terça-feira um recolher obrigatório noturno depois de manifestantes, alguns com escudos de madeira, terem rompido um cordão de segurança em torno da Assembleia Nacional.

Lá dentro, os manifestantes agitaram bandeiras e entoaram cânticos antes de serem obrigados a sair pelas forças de segurança. Não havia funcionários no edifício no momento da invasão, noticiou a BBC, citada pelo Expresso esta quarta-feira.

Lenín Moreno viu-se forçado a mudar temporariamente a sede do Governo da capital, Quito, para a cidade portuária de Guayaquil.

O anúncio na semana passada do fim dos subsídios que mantinham os preços dos combustíveis baixos desencadeou uma greve dos sindicatos de transporte. Os sindicatos acabaram por suspender a paralisação mas os protestos continuaram.

Manifestantes indígenas têm bloqueado estradas um pouco por todo o país e milhares viajaram até à capital para se juntarem à contestação.

O balanço feito pelas autoridades locais aponta para dois mortos, dezenas de feridos e quase 600 detenções nos últimos dias. Alguns dos bloqueios de estradas afetaram a distribuição de gasolina, levando à escassez de combustível nalgumas partes do país.

Outros edifícios governamentais, além da Assembleia Nacional, foram atacados e danificados, relata a imprensa local.

Lenín Moreno declarou uma emergência nacional de dois meses devido à instabilidade mas sublinhou que “sob nenhuma circunstância” irá demitir-se. “Não percebo por que motivo deveria fazê-lo se estou a tomar as decisões certas”, disse.

O Presidente afirmou que os subsídios, que custam ao Governo cerca 1,2 mil milhões de euros por ano, já não são suportáveis. A eliminação dos subsídios, introduzidos nos anos 1970, fazem parte do plano de Lenín Moreno para reforçar a debilitada economia equatoriana e aliviar o peso da dívida.

O Governo concordou em cortar os gastos públicos como parte de um acordo de empréstimo com o Fundo Monetário Internacional.

Os confrontos atuais são os mais graves dos últimos anos, tendo os protestos liderados por indígenas derrubado três Presidentes nas últimas décadas. Lenín Moreno já se mostrou aberto à mediação internacional, nomeadamente através das Nações Unidas ou da Igreja Católica.

ZAP // //

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