Enorme pintura rupestre revela passado (muito mais) longínquo de cidade amazónica

Afinal, a região da Amazónia é habitada há mais de 12.500 anos. A maior floresta tropical do mundo é “uma das regiões com maior diversidade étnica do mundo”, mas a chegada dos vários povos ainda está por clarificar.

A região da Amazónia é habitada por humanos há muito mais tempo do que costumávamos imaginar. Recentemente, foi descoberta uma cidade com 2,5 mil anos — os maiores e mais antigos assentamentos descobertos naquela região — no meio da maior floresta tropical do mundo.

“Os assentamentos são muito maiores do que outros na Amazónia”, nota o líder da investigação Stéphen Rostain, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, citado pela New Scientist.

As cidades em causa sugerem a existência de uma população amazónica pré-colombiana que podia chegar aos oito milhões de habitantes.

Agora, uma enorme pintura rupestre, com animais da Idade do Gelo, indica que o espaço foi habitado, na verdade, há mais de 12,5 mil anos, desde o final do Pleistoceno, e não há entre 3.000 e 1.500 anos atrás.

Em busca de vestígios dos primeiros humanos que ocuparam a região, investigadores colombianos e britânicos estudaram uma área no noroeste da Colômbia. É lá que se encontra a arte rupestre, que retrata mastodontes (parentes dos elefantes modernos) e preguiças-gigantes, além de figuras humanas e muitas formas geométricas.

A seguir, podem ser vistos outros ângulos da pintura rupestre encontrada na Amazónia:

Primeiros habitantes da Amazónia

Num artigo publicado na revista Quaternary Science Reviews, os investigadores explicam que “a Amazónia constitui uma das regiões com maior diversidade étnica do mundo”, ainda que a chegada desses diferentes povos esteja longe de ser completamente compreendida.

“A floresta densa cria dificuldades logísticas para o trabalho de campo e impede a identificação de sítios arqueológicos, enquanto os solos ácidos e argilosos afetam negativamente a preservação de vestígios orgânicos”, confessam os autores.

No entanto, os achados mais recentes, incluindo a arte rupestre, ajudam a remontar esta história. Esses primeiros humanos transformavam cavernas da região em casas, fabricavam as próprias ferramentas de pedra, coletavam vegetais e caçavam animais.

Além disso, tinham técnicas para preparar ocre vermelho usado na pintura de figuras e padrões geométricos nas paredes, como é possível observar no painel descoberto na zona colombiana.

Origem da ocupação humana

“Os resultados confirmam que a ocupação humana da [região colombiana] Serrania La Lindosa começou no final do Pleistoceno, há cerca de 12.600 anos, e continuou até o século XVII”, afirma José Iriarte, professor de Arqueologia da Universidade de Exeter e um dos autores, em comunicado.

“O número excecional de abrigos rochosos encontrados na região, com evidências de habitação humana, sugere que esta área era uma paisagem atraente para grupos de caçadores-coletores”, detalha o investigador.

Outros achados arqueológicos revelam que o uso de cerâmicas começou há cerca de três mil anos, enquanto o cultivo do solo foi iniciado há aproximadamente 2,5 mil anos. Há vestígios do plantio de milho de 500 anos.

ZAP // CanalTech

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