Enfermeira amputa pé de paciente para o expor na loja de taxidermia da família

Uma enfermeira norte-americana está a ser acusada de amputar o pé a um paciente de 62 anos, contra a vontade do doente e contra as ordens do médico. O objetivo era expor o membro amputado na loja de taxidermia da família.

Mary Brown, de 38 anos, contou aos colegas de trabalho o motivo que a levou a cortar o pé do paciente, segundo relatou o Washington Post. Estes referiram que a enfermeira pretendia colocar um cartaz junto ao membro amputado, na loja, com a indicação: “usem as vossas botas, crianças”.

A 03 de novembro, a enfermeira foi acusada de desordem e danos corporais a uma pessoa idosa. Caso seja condenada, pode ter uma pena de prisão de até 92 anos.

O paciente deu entrada no Spring Valley Health and Rehabilitation Center, em Wiscosin, nos Estados Unidos (EUA), em março de 2022, após sofrer fortes queimaduras nos pés devido às baixas temperaturas a que esteve exposto. Mas, de acordo com os funcionários do hospital, esta não era a sua única condição de saúde.

Em maio, o homem levantou-se da cama e voltou a magoar o pé direito. A coordenadora do serviço de enfermagem, Tracy Reitz, atendeu o paciente, que lhe pareceu lúcido. De acordo com a NBC, a responsável disse que o pé do homem “estava morto, cheirava mal e estava agarrado apenas por um tendão”. Mas esta colocá-lo no sítio próprio.

Alegadamente, este acontecimento coincidiu com um pedido que Mary Brown fez ao administrador do hospital, Kevin Larson, no qual solicitava uma autorização para amputar o pé do paciente – pedido esse que foi recusado. Em vez disso, o responsável disse-lhe para estabilizar o pé do doente.

A 27 de maio, Mary amputou o pé do homem porque “acreditava que era a coisa certa a fazer”, referiu Kevin Larson.

Mary Brown teve o auxílio de duas outras enfermeiras, identificadas como enfermeira 3 e enfermeira 4 nos documentos do tribunal, que a ajudaram a mudar as ligaduras. A enfermeira 3 estabilizou o pé e a enfermeira 4 segurava a mão do paciente.

Ao mudar as ligaduras, Mary Brown referiu que estava chocada com o facto de não lhe terem amputado o pé. Nesse momento, cortou-lhe o pé com uma tesoura de gaze, contou a enfermeira 3. Na opinião desta última, o paciente não parecia estar com dores, mas a enfermeira 4 recordou que o punho do homem estava “extremamente apertado e ele estava a gemer um pouco”.

Dois dias depois, o homem disse a outra enfermeira que “sentiu tudo e que doeu muito”, segundo o artigo do jornal.

Mary Brown começou a falar com os seus colegas de trabalho sobre taxidermia pouco depois da amputação, contando-lhes os seus planos para preservar o pé. A enfermeira admitiu aos investigadores que fez a amputação, que o procedimento estava para além do âmbito do seu trabalho e que nenhum médico o tinha aprovado.

No entanto, no seu relatório, o investigador Pete Koch, escreveu que “[o administrador do hospital, Kevin Larson] declarou que, caso o médico soubesse, teria [aprovado o procedimento] com certeza”.

Kevin Larson disse que, segundo a sua própria investigação, a enfermeira amputou o pé tendo em conta a “dignidade e o conforto” do paciente.

Pouco tempo depois do procedimento, a enfermeira 4 disse que Mary Brown lhe pediu que recuperasse o pé do congelador em que estava a ser guardado para que ela “pudesse levá-lo para casa para o preservar”.

A coordenadora do serviço de enfermagem, Tracy Reitz, disse aos investigadores que o pedido de Mary Brown tinha sido mais uma vez negado e que deu instruções à enfermeira 3 para vigiar o paciente e certificar-se de que o pé ficava com ele caso este viesse a morrer.

Dias mais tarde, o homem morreu. O corpo, juntamente com o pé amputado,  foram enviados para uma casa funerária. Lá, um médico legista notou “as circunstâncias invulgares” e contactou os investigadores.

Mary Brown disse que, enquanto estava ao seu cuidado, o paciente lhe tinha dito que sentia menos dor quando as enfermeiras lhe pressionavam gaze com vaselina no pé, o que mantinha o ar longe das terminações nervosas. Ao retirar-lhe o pé, podiam pressionar a gaze diretamente no “coto”.

“Ela afirmou que estava a tentar melhorar a qualidade de vida” do paciente, escreveu Koch no relatório. O documento não relata se Mary Brown tinha interesse em levar o pé amputado para expor numa loja de taxidermia.

ZAP //

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