Pela primeira vez, cientistas encontraram um buraco negro “vagabundo”

NASA’s Goddard Space Flight Center

Ilustração da NASA mostra um buraco negro solitário no Espaço, com a sua gravidade a distorcer a visão de estrelas e galáxias ao fundo.

Ilustração da NASA mostra um buraco negro solitário no Espaço, com a sua gravidade a distorcer a visão de estrelas e galáxias ao fundo.

Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos encontrou um buraco negro errante — ou “vagabundo” —, a 5.150 anos-luz.

Até agora, todos os buracos negros de massa estelar detetados existiam em sistemas binários, com parceiros como estrelas de neutrões.

O autor principal do estudo, Kailash Sahu, sublinha que a maioria dos buracos negros de massa estelar da Via Láctea devem estar isolados — e não em sistemas binários. No entanto, “nunca ninguém foi capaz de encontrar um buraco negro isolado”.

A tarefa é definitivamente mais complicada. Isto porque os buracos negros são mais fáceis de detetar em sistemas binários, uma vez que as suas suas interações o parceiro podem gerar ondas de luz ou gravitacionais cujas propriedades sinalizam a presença de um buraco negro, explica a Live Science.

A deteção deste buraco negro “vagabundo” surge após uma campanha observacional de seis anos. A descoberta foi possível graças ao Telescópio Espacial Hubble.

“Agora sabemos que existem buracos negros isolados”, disse Sahu. “E eles têm massas semelhantes aos buracos negros encontrados em sistemas binários. E deve haver muitos deles por aí”.

O buraco negro encontrado localiza-se a apenas 5.150 anos-luz, uma distância relativamente pequena tendo em conta a dimensão da Via Láctea. O estudo, publicado recentemente no repositório online ArXiv, ainda não foi revisto por pares. O buraco negro foi batizado de MOQ-2011-BLG-191/OGLE-2011-BLG-046.

A equipa de investigadores contou com a ajuda dos campos gravitacionais que “distorcem o tecido do espaço e do tempo”, que funcionam como lupas, explicou Sahu. O fenómeno é conhecido como lente gravitacional, previsto na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

Os astrónomos conseguiram observar a luz de uma estrela que estava a ser distorcida, a uma distância muito grande do buraco negro.

“Se alguém conseguir detetar e medir a curvatura da luz causada por estes objetos massivos, é possível detetá-los e medir as suas massas”, salientou Sahu, citado pela Space.

ZAP //

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