Encontrar diamantes ficou mais fácil

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Eduard Guebelin / ETH Zurich

Aparentemente, a olivina e o magnésio têm muito a dizer acerca de diamantes...

Aparentemente, a olivina e o magnésio têm muito a dizer acerca de diamantes…

Encontrar diamantes é talvez mais difícil do que encontrar uma agulha no palheiro, mas uma nova descoberta pode ter tornado o processo um pouco mais fácil.

A investigação mostrou que uma pedra preciosa muito menos procurada contém pistas que podem dizer se é provável que existam diamantes nas proximidades — o que pode acelerar o processo de os encontrar.

“Por vezes, os produtores de diamantes gostariam de extrair ouro, cobre ou qualquer outra matéria-prima, porque nada é tão complicado como encontrar e extrair diamantes”, afirma Andrea Giuliani, cientista sénior do Instituto de Geoquímica e Petrologia da ETH Zurique.

“Não há nenhum método que garanta que se vão encontrar diamantes”, explica o investigador, citado pelo IFL Science.

Já se sabe que os diamantes só são encontrados onde existe um mineral chamado kimberlito. “Só procurar um kimberlito é como procurar uma agulha num palheiro”, explicou Giuliani. “Depois de o encontrarmos, a árdua procura de diamantes começa realmente”.

Parece que outro diamante pode ter acelerado o processo, uma vez que se descobriu que existe uma ligação entre a olivina e os diamantes.

Andrea Giuliani / ETH Zurich

Um diamante incrustado num pedaço de kimberlita como este é considerado uma descoberta rara

Um diamante incrustado num pedaço de kimberlito como este é considerado uma descoberta rara

A olivina constitui cerca de metade da rocha kimberlítica e contém concentrações variáveis de magnésio e ferro. É a composição da olivina que é crucial neste caso, porque parece que a olivina que contém mais magnésio do que ferro é um bom sinal para os mineiros de diamantes.

Para que a olivina seja rica em ferro, a fusão tem de penetrar no manto, alterando a composição das rochas, eliminando os diamantes no processo.

A olivina com baixo teor de ferro e alto teor de magnésio não passou por este processo geológico — conhecido como metassomatismo — e, por isso, os diamantes sobrevivem.

No estudo, publicado na revista Nature Communications, é possível ver que os diamantes só permanecem intactos quando os kimberlitos arrastam no seu caminho para cima fragmentos do manto que não interagira extensivamente com a fusão anterior, diz Giuliani.

“A grande vantagem deste novo método não é apenas o facto de ser mais simples, mas também de nos permitir finalmente conhecer porque é que os métodos anteriores funcionavam”, conclui.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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