/

“Até que a morte nos separe”, mas nem a morte os separou. Encontrada sepultura de um casal abraçado

(dr) Xinhua

Uma equipa de arqueólogos deparou-se com uma “cena de amor” enterrada no norte da China, durante uma escavação que revelou, no ano passado, mais de 600 sepulturas num antigo cemitério.

Os arqueólogos descobriram, no ano passado, os restos mortais de um casal que parece estar abraçado na mesma sepultura em Datong, na província de Shanxi. Os cientistas acreditam que viveram durante a dinastia Wei do Norte (386-534), que cobriu grande parte do norte e centro da China.

Segundo o Ancient-Origins, o esqueleto feminino parecia estar “aninhado” no ombro do esqueleto masculino, sugerindo um vínculo profundo e íntimo entre o casal. Ambos estavam com os braços à volta da cintura um do outro, uma forma de se manterem unidos após a morte.

Os arqueólogos encontraram ainda um anel de prata no dedo anelar da mão esquerda da mulher.

“A mensagem era clara – marido e mulher ficavam juntos, abraçando-se um ao outro numa demonstração de amor eterno durante a vida após a morte“, escreveram os autores do estudo, publicado recentemente no International Journal of Osteoarchaeology.

Existem vários exemplos famosos de amantes e ente queridos enterrados na mesma sepultura em todo o mundo, como os famosos “Amantes de Modena”, encontrados de mão dada, em Itália.

(dr) Xinhua

Ainda assim, foi a primeira vez que um túmulo de amantes foi encontrado no norte da China.

“Esta descoberta é uma demonstração única da emoção humana do amor num enterro, que oferece um raro vislumbre dos conceitos de amor, vida, morte e vida após a morte no norte da China durante uma época de intenso intercâmbio cultural e étnico”, explicou o investigador da Universidade de Xiamen, Qun Zhang.

A disseminação do budismo e a consequente difusão cultural foram muito fortes durante o período da dinastia Wei do Norte, pelo que podem ter influenciado a forma como os antigos habitantes da área de Datong encaravam a morte e a vida após a morte.

A análise dos esqueletos revelou uma fratura infecciosa não cicatrizada no braço direito do esqueleto masculino, enquanto os ossos da mulher pareciam saudáveis. O resultado sugere um potencial suicídio em casal.

A outra hipótese colocada em cima da mesa é que o homem tenha morrido primeiro (por suicídio ou em batalha) e a mulher tenha cometido suicídio para estar com ele na vida após a morte. No entanto, os cientistas não descartam outras explicações.

Liliana Malainho, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.