Encontrada a solução para recuperar prata de painéis solares

Uma equipa de cientistas desenvolveu uma forma altamente eficiente de recuperar prata de células solares em fim de vida.

Através de processos hidrometalúrgicos e eletroquímicos, conseguiram recuperar prata pura com uma eficiência de 98%. Os processos hidrometalúrgicos utilizam soluções aquosas para extrair metais, enquanto os processos eletroquímicos se referem à utilização de correntes elétricas para provocar reações nos metais.

Segundo o Phys.org, alguns componentes dos painéis solares são relativamente fáceis de reciclar, incluindo o ferro, o aço e o alumínio utilizados para fabricar suportes, prateleiras e outros sistemas de apoio.

Num novo estudo, publicado na semana passada no Environmental Technology & Innovation, os investigadores realizaram diversas reações utilizando diferentes variáveis, como as concentrações de amoníaco, mantendo outras variáveis, como a velocidade de agitação e a temperatura.

Seguidamente, realizaram uma experiência que consistiu na variação de parâmetros do processo de lixiviação. Estas foram a concentração de amoníaco numa solução, medida em moles por litro; amostra de resíduos, em gramas por litro; persulfato de potássio, em mol/L; e tempo de reação, em minutos.

A temperatura foi mantida a 25ºC e a taxa de agitação a 300 rpm durante as experiências.

“As técnicas convencionais de extração de metais, como a mineração, podem causar danos substanciais ao ambiente e aos ecossistemas. Portanto, arranjar um processo de recuperação de metais baseado em resíduos industriais pode reduzir o impacto ambiental associado à produção de metais”, explicam os investigadores.

“Além disso, a recuperação de metais requer geralmente menos energia do que a extração de metais do minério, levando à redução do consumo de energia e das emissões de carbono, especialmente se a taxa de recuperação for comparável ou superior à dos métodos de extração tradicionais”, acrescentam.

Apesar dos bons resultados, 85% da prata pura recuperada foi considerada insuficiente pelo grupo de investigação, que decidiu iniciar o processo eletroquímico. Nomeadamente, a abordagem de eletrodeposição (EDRR) utilizando um método de eletrodeposição pulsada.

As melhores condições para a recuperação da prata foram encontradas com a abordagem EDRR, que alcançou uma eficiência de 98,7%.

Esta abordagem mostra-se seletiva na recuperação da prata e não requer qualquer adição química. Assim, esta característica torna a presente metodologia competitiva em comparação com os processos convencionais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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