Empresários espanhóis querem que Pedro Sánchez governe sozinho

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Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro de Espanha

A Confederação de Organizações Empresariais apelou ao sentido de Estado e pediu que o Partido Popular (PP) e o Ciudadanos se abstenham para que Pedro Sánchez, do PSOE, governe sozinho.

“O jogo da vida política espanhola será nos próximos tempos uma incógnita e tempo de procurar acordos para formar governo”, depois de o PSOE ter vencido as eleições espanholas deste domingo sem maioria absoluta, avançou o Observador nesta terça-feira.

O futuro político em Espanha demorará, por isso, alguns meses até deixar de estar na indefinição, o que é motivo de preocupação por parte dos empresários, que temem um possível governo de esquerda.

Para a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE), citada pelo El Confidencial, o cenário ideal para os patrões seria uma coligação de governo entre o socialista Pedro Sánchez e o líder do Ciudadanos, Albert Rivera. Porém, um acordo entre os dois partidos não é suficiente para uma maioria de governo.

Por esse motivo, o presidente da CEOE, Antonio Garamendi, apelou a que o Ciudadanos e o PP se abstenham no Parlamento espanhol, para permitir um governo de uma única cor: a dos socialistas do PSOE. Em troca, o partido vencedor das últimas eleições em Espanha deve comprometer-se com uma legislatura moderada e responsável.

Ao El Confidencial, afirmou que “faz sentido” que o PP e o Ciudadanos permitam que o PSOE governe sozinho — seria, aliás, “o melhor para o país”.

“Exigir a [Albert] Rivera que, sozinho, permita a investidura de [Pedro] Sánchez é demais, seria pedir-lhe para se queimar, por isso faz sentido um ‘pacto à Alemanha’, em que PP e Ciudadanos permitam que o PSOE governe sozinho”, explicou. Esta seria a solução para que Pedro Sánchez governasse sem atender às “contínuas exigências” do Podemos, de Pablo Iglesias.

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Pablo Iglesias, líder do partido espanhol Podemos

O presidente da confederação dos empresários espanhóis apelou, assim, ao sentido de Estado e quer uma legislatura de moderação, idealmente um governo de centro-esquerda.

“Se o Podemos fizer parte do próximo governo, respeitaríamos” esse cenário, admitiu, pese embora tenha reconhecido que seria uma notícia “perigosa” para a “moderação” exigida pelos empresários.

“Moderação” mas também “diálogo social”, pediu Antonio Garamendi. “O diálogo social é importante, mas tem de ser com lealdade institucional e sentido de Estado”, sublinhou.

Depois das eleições espanholas deste domingo, que fizeram do PSOE vencedor, com quase 7,5 milhões de votos e 123 deputados eleitos, os empresários têm vindo a reiterar que é necessário, acima de tudo, um governo estável e com capacidade de realizar as reformas necessárias no país.

Ao El Confidencial, o presidente da Confederação Espanhola de Comércio (CEC), Manuel García-Izquierdo, frisou que “o fundamental é ter um governo estável o mais rápido possível para reativar todas as medidas em que estava a trabalhar”.

De acordo com o diário espanhol, quase todos os empresários consultados estão satisfeitos com o trabalho do PSOE em áreas como o comércio ou a agricultura. Também o setor financeiro apela a “estabilidade” no futuro da política espanhola.

TP, ZAP //

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