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Empresa russa oferece bónus às funcionárias que vestirem saias curtas

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Uma empresa russa tem sido duramente criticada por oferecer às suas funcionárias um bónus em dinheiro para que usem saias ou vestidos no trabalho.

A companhia Tatprof, fabricante de alumínio, está a realizar uma campanha de “feminilidade” até 30 de junho. Trabalhadoras que usarem um vestido ou saia “a menos de cinco centímetros do joelho” recebem 100 rublos (cerca de 134 euros) como complemento aos seus salários regulares. Para receber o bónus, as mulheres devem enviar fotografias com essa roupa vestida aos diretores da empresa.

A campanha atraiu uma avalanche de críticas à empresa nas redes sociais. Muitos utilizadores manifestaram incredulidade e descreveram a medida como “horrível”. A proeminente bloguer e jornalista feminista Zalina Marshenkulova chamou a iniciativa da Tatprof de “notícia da Idade Média” no seu canal no Telegram.

A empresa, fornecedora das Olimpíadas de Inverno de 2014 em Sochi e do Mundial de 2018, negou as acusações de sexismo e disse que 60 mulheres da empresa já participaram na “campanha”. “Queríamos alegrar os nossos dias de trabalho”, disse um porta-voz da empresa à emissora de rádio Govorit Moskva, citada pela BBC.

“A nossa equipa é 70% masculina. Esse tipo de campanha ajuda a desligar do trabalho, a descansar. Esta é uma ótima maneira de unir a equipa”, disse. “Muitas mulheres usam automaticamente calças para trabalhar. E é por isso que esperamos que a nossa campanha aumente a consciência das nossas mulheres, permitindo que sintam a sua feminilidade e charme quando usam uma saia ou vestido.”

Utilizadores do Twitter na Rússia não gostaram das declarações. “A empresa não vê isso como sexista e acredita que ‘a fábrica se transformou'”, escreveu uma mulher. “Um bónus de 100 rublos para as mulheres que usam saias curtas e maquilhagem para iluminar o dia de uma empresa dominada por homens”, dizia outro tweet. “De facto, para que precisamos do feminismo quando se pode apenas agradar homens por dinheiro?”, escreveu outro.

A empresa planeou outros eventos chamados de “maratona da feminilidade” em junho, incluindo uma competição para ver quem é a funcionária que faz mais bolos mais rápido. Anastasia Kirillova, do departamento de cultura corporativa e comunicações internas da empresa, disse que a ideia da campanha veio do CEO Sergei Rachkov. “Está muito preocupado com a questão, misturando papéis de género”, disse ao site de notícias locais Business Online.

“Quer mesmo manter a essência feminina em todas as funcionárias da empresa, para que as jovens não tenham cortes de cabelo masculinos, não usemem calças, se dediquem ao artesanato e projetem todo o seu carinho para criar os filhos.”

A empresa também está a realizar concursos para os seus funcionários homens. Na semana passada, organizou um concurso de crossfit.

ZAP //

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