Empreendimento de luxo de 300 milhões no centro da teia de corrupção na Madeira

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Homem de Gouveia / Lusa

O ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado

O Ministério Público aponta para a existência de um esquema de corrupção que beneficiou indevidamente a Socicorreia e o grupo AFA na atribuição dos contratos de obras públicas na Madeira.

O ambicioso projeto imobiliário ‘Dubai Madeira’, avaliado em 300 milhões de euros e situado no Funchal, Madeira, está no epicentro do escândalo de corrupção que rebentou nos últimos dias.

Três indivíduos, incluindo importantes empresários e um ex-presidente da autarquia, encontram-se detidos, suspeitos de envolvimento em práticas corruptas relacionadas com este megaempreendimento.

Os sócios da Varino, Avelino Farinha e Custódio Correia, juntamente com Pedro Calado, ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal, estão sob custódia da Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa.

O projeto, que inclui a construção de nove edifícios e 400 apartamentos, está a ser investigado minuciosamente pelas autoridades, dada a sua aprovação controversa e os laços suspeitos entre os empresários e a autarquia. O empreendimento, localizado na freguesia de São Martinho, tem vista para o mar.

O ‘Dubai Madeira’ promete apartamentos de luxo, desde T1 a T4, com estacionamento incluído, estando a sua conclusão prevista para 2028. Este empreendimento, que já está em fase de construção, foi aprovado por Pedro Calado durante a sua presidência da Câmara Municipal do Funchal.

A Socicorreia, com laços estreitos com Calado inclusive através de patrocínios em eventos de rali, faturou quase 18 milhões de euros em contratos públicos desde junho de 2011 e é uma das empresas investigadas.

Além disso, o grupo AFA, proprietário da cadeia de hotéis Savoy, é suspeito de ter recebido favorecimentos em contratos na Madeira, tendo quase a exclusividade das obras públicas na região, avança o Correio da Manhã.

Os interrogatórios, inicialmente adiados, devem começar em breve com Custódio Correia. Os advogados apontam “lapsos do Ministério Público” no processo como um dos motivos para o adiamento.

ZAP //

5 Comments

  1. No Jardim da corrupção anda tudo caladinho… Todos comem da mesma gamela. E nós cá, a sustentar laranjas azedas do meio do oceano…

  2. O Calado, se falar, tem muito que contar!! A regionalização no seu melhor! E ainda há quem fale nela para o continente! Um pais com duzentos e oitenta km de largura e o dobro de largura necessita urgentemente deste tipo de caciquismo! Não chegam as câmaras ainda nos faltam as regiões!!!

  3. Cá para mim julgo que não é só na Camara do Funchal onde existe corrupção, se a PJ fizer uma rosga bem feita por todas as Camaras da Madeira, vai de certeza encontrar muitos mais corruptos em especial Vereadores.

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