A actriz Emilia Clarke, protagonista da série ‘Game of Thrones’, revelou que quase morreu durante as filmagens do formato de sucesso, depois de ter sofridos dois aneurismas que quase a fizeram abandonar a carreira.
Aos 32 anos, Emilia Clarke dá um testemunho revelador sobre o aneurisma cerebral, uma doença que é, muitas vezes, silenciosa, acabando por ser fatal.
A actriz revela, num artigo publicado na revista norte-americana The New Yorker, que esteve “prestes a morrer” depois de ter sofrido dois aneurismas que a obrigaram a efectuar cirurgias ao cérebro durante as duas primeiras temporadas de ‘Game of Thrones’, a série que vai voltar aos ecrãs a 14 de Abril para os últimos episódios.
A intérprete da personagem Daenerys Targaryen foi operada por duas vezes, o que a levou a ter crises de ansiedade e ataques de pânico. Chegou a ficar convencida de que não sobreviveria, mas conseguiu recuperar.
Emilia Clarke teve o seu primeiro aneurisma em 2011, aos 24 anos de idade, enquanto se exercitava no ginásio e caiu no chão “contorcendo-se de dor”.
Os médicos descobriram que ela tinha sofrido uma hemorragia subaracnoidea (HSA), um tipo de acidente vascular cerebral potencialmente letal que ocorre quando um vaso sanguíneo se rompe na superfície do cérebro. Um terço dos pacientes não resiste e morre imediatamente ou pouco depois do incidente.
Logo depois da cirurgia, teve um ataque de afasia, perdendo a capacidade de compreender ou de formular palavras por causa de um dano numa região específica do cérebro.
Isso comprometeu a sua capacidade de comunicar, impedindo-a de falar com coerência, e quase a fez desistir da carreira de actriz. “Nos piores momentos, queria morrer”, escreve Emilia Clarke. “Pedi aos médicos que me deixassem morrer”, conta.
Mas conseguiu recuperar para poder voltar às gravações da segunda temporada de ‘Game of Thrones’, embora ficasse “o tempo todo enjoada” e a sentir-se “muito fraca”, como explica no artigo.
Em 2013, enquanto actuava em Nova York, passou por uma segunda cirurgia para eliminar um segundo aneurisma. O procedimento foi ainda mais invasivo, já que foi necessário abrir-lhe o crânio.
“Parecia que tinha de superar situações mais adversas que a própria Daenerys”, refere Emilia Clarke falando, pela primeira vez, desta dolorosa experiência.
Mas ultrapassados os piores momentos, a actriz diz que está a “100%” e lidera uma fundação que dá apoio a quem sofreu e está em recuperação de problemas neurológicos.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, os aneurismas cerebrais atingem 2% da população mundial. Dos que sofrem este problema, 30% morrem sem ter tempo de receber atendimento médico. Entre os que sobrevivem, apenas 30% a 40% consegue voltar a ter uma vida normal após o tratamento.
Como se trata de uma doença assintomática, a única forma de a detectar prematuramente é através de exames de rotina.
Pode ter causas congénitas ou adquiridas, sendo o consumo de tabaco, a hipertensão arterial e o colesterol elevado factores de risco.
ZAP // BBC