Embaixadora deixa Venezuela na terça-feira. UE chama embaixador em Cuba

Miguel Gutierrez / EPA

Isabel Brilhante Pedrosa

A embaixadora da União Europeia na Venezuela vai sair do país na terça-feira, informou à agência Lusa fonte diplomática europeia, sem adiantar mais detalhes.

Na última quarta-feira, a Venezuela decidiu expulsar Isabel Brilhante Pedrosa, em retaliação a uma série de sanções decretadas pela União Europeia contra 19 funcionários do Governo venezuelano, tendo sido declarada persona non grata. À diplomata portuguesa foram dadas, inicialmente, 72 horas para deixar a Venezuela.

Uma fonte diplomática europeia citada pela agência France-Presse disse que o atraso da saída da embaixadora se deve a “razões puramente logísticas”, relacionadas com a “disponibilidade de voos”.

Em resposta à sua ordem de expulsão, Bruxelas declarou, na quinta-feira, a chefe da missão da Venezuela junto da União Europeia, Claudia Salerno, persona non grata. A decisão não implica, porém, a sua expulsão do território comunitário, uma vez que Salerno também é embaixadora da Venezuela na Bélgica e no Luxemburgo.

No ano passado, a embaixadora portuguesa já tinha recebido igualmente ordem de expulsão, que acabou por ser revertida. Ao contrário da primeira ordem de expulsão, declarada no final de junho de 2020 por Nicolás Maduro, desta vez foi o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, quem comunicou a Isabel Brilhante Pedrosa que teria 72 horas para abandonar o país.

Entretanto, este sábado, a União Europeia chamou a Bruxelas o seu embaixador em Cuba, Alberto Navarro, para explicar o alegado pedido feito ao Presidente dos Estados Unidos para que suspenda as sanções contra aquele país.

Peter Stano, porta-voz do chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que o embaixador foi convidado “a vir a Bruxelas para dar explicações” sobre a alegada carta enviada a Joe Biden. Navarro foi também instruído a “fornecer uma nota detalhada sobre o assunto”, afirmou Stano, citado pela agência Associated Press.

O mesmo porta-voz não avançou, contudo, se o embaixador da União Europeia em Cuba vai ser demitido. O jornal Politico noticiou que 16 legisladores do Parlamento Europeu escreveram a Borrell, pedindo-lhe que destituísse Navarro do cargo e argumentando que o diplomata “não é digno das altas funções que exerce”.

ZAP // Lusa

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