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Descoberto no Egipto o cemitério de animais de estimação mais antigo do mundo

(dr) Marta Osypińska

Um dos gatos encontrado neste cemitério, enrolado num cobertor

Arqueólogos descobriram na periferia da antiga cidade de Berenice, no Egipto, o cemitério de animais de estimação mais antigo de que há registo.

Este cemitério com cerca de dois mil anos, localizado na periferia da antiga cidade de Berenice, na costa do mar Vermelho, está repleto de restos mortais de antigos animais de estimação, incluindo de gatos e macacos.

Apesar de os antigos egípcios serem conhecidos por terem mumificado muitos animais para homenagear os seus deuses, este cemitério é diferente, explicou ao site Live Science Marta Osypińska, zooarqueóloga da Academia de Ciências da Polónia e líder da investigação.

Existem “animais velhos, doentes e deformados que tinham de ser alimentados e cuidados por alguém. (…) São animais (quase todos) que foram enterrados com muito cuidado. Foram colocados numa posição de dormir, às vezes enrolados com um cobertor, às vezes cobertos com pratos”, contou a investigadora.

Num destes casos, um macaco foi enterrado juntamente com três gatos pequenos e objetos como tecido, fragmentos de vasos (um dos quais cobria um leitão) e “duas conchas muito bonitas do Oceano Índico empilhadas contra a sua cabeça”, disse Osypińska.

Dos 585 animais encontrados até agora, 536 eram gatos, 32 cães, 15 macacos e ainda se conta uma raposa e um falcão. Nenhum deles foi mumificado, mas alguns foram colocados em caixões improvisados.

Por exemplo, um cão grande “foi enrolado numa esteira de folhas de palmeira e alguém colocou cuidadosamente duas metades de um grande recipiente (ânfora) no seu corpo”, tal como um sarcófago, contou a investigadora.

Outra pista que mostra que estes eram mesmo animais de estimação é o facto de muitos gatos terem coleiras de ferro ou colares de contas, “por vezes muito preciosos e exclusivos”, disse Osypińska.

Muitos estudiosos argumentam que o mundo antigo não tinha o conceito de “animais de estimação”, mas a “nossa descoberta mostra que nós, humanos, temos uma necessidade profunda da companhia de animais”, afirmou ainda.

O estudo foi publicado, a 25 de janeiro, na revista científica World Archaeology.

ZAP //

 

 

 

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