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E se as leguminosas acabassem com a fome? É viável e reduz as emissões de gases com efeito de estufa

Um relatório das Nações Unidas, divulgado este mês, descobriu que um quarto das emissões de carbono do mundo são provenientes da indústria alimentar, em particular da criação de carne.

Cerca de um terço dos cereais produzidos a nível mundial são fornecidos aos animais — principalmente na Europa e na América do Norte (mas este número está a sofrer alterações à medida que o consumo de carne aumenta), avança a Inverse.

Converter estas áreas para produção de alimentos ia melhorar de forma significativa a quantidade de proteína vegetal disponível para as pessoas.

Segundo uma pesquisa da Elementa Science, cerca de 16% das culturas comestíveis são desviadas para a produção de biocombustíveis. A redistribuição destas proteínas e calorias para as pessoas podia ser benéfica.

Como os biocombustíveis são renováveis e menos poluidores do que os combustíveis fósseis, esta fonte de energia alternativa tem potencial para regularizar as emissões de gases com efeito de estufa.

Em seguida, deve-se considerar o que plantar nesta terra, para substituir a indústria da carne. Deve existir um aumento na produção de leguminosas, como ervilhas e feijões, que oferecem grãos nutritivos ricos em proteínas.

A Pulse Breeding Australia diz que os vegetais devem representar 25% das culturas globais, quando na realidade só existem 10% destas culturas. O grão de vegetais é de 20 a 30% de proteína, comparado com os 10% do milho — que é a cultura de cereais mais utilizada para a alimentação dos animais.

No entanto, elevar o rendimento de vegetais é um desafio significativo para a melhoria genética destas culturas. É essencial que este crescimento, no futuro do sistema agrícola global, se torne mais produtivo e sustentável.

Ao contrário dos cereais, os vegetais são mais difíceis de cultivar e exigem uma gestão mais qualificada. Os legumes são mais suscetíveis a doenças, como vírus e pragas de insetos e, são afetados por temperaturas extremas e secas. À medida que o aquecimento global se agrava, as dificuldades associadas à produção de vegetais tende a aumentar.

Os rendimentos mais baixos das culturas hortícolas, combinados com o apoio de governos de muitos países ao cultivo de cereais, estrangulam a sua produção. Para aumentar esta cultura, os agricultores vão precisar de incentivos e os governos têm de reavaliar as políticas que favorecem a produção de cultivo de alto rendimento, mas pobre em proteína.

Contudo, a proteína animal não pode ser desprestigiada a 100%. Cerca de metade da superfície do mundo é constituída por pastagens que abrangem climas áridos e secos. Estas áreas são inadequadas para cultivo e muitos bovinos e ovinos são criados lá.

Mas, à medida que o nível de preocupação das pessoas aumenta no que diz respeito à origem dos seus alimentos, também aumenta a curiosidade em saber se são capazes de produzir os seus próprios alimentos de forma sustentável.

DR, ZAP //

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