É possível viajar 15 horas e aterrar em 2016

Em África, há um país que tem um calendário único e está, atualmente, em 2016. Tal sistema faz com que o Ano Novo seja a 11 de setembro e contribui para uma experiência de vida singular, na única nação africana que nunca foi colonizada.

E voltássemos a 2016? Ao golo do Éder, por exemplo. Embora não seja possível – fisicamente – regressar àquela noite, em Saint-Denis, há um país onde os portugueses podiam ter tido, recentemente, a oportunidade de regressar, pelo menos, àquela data.

A Etiópia tem um calendário único, que atualmente corresponde ao ano de 2016, segundo o calendário gregoriano utilizado pela maioria do mundo.

O calendário gregoriano, introduzido pelo Papa Gregório XIII em 1582, corrigiu o ligeiramente desalinhado calendário Juliano que remonta a 45 a.C. – este último estava fora de sincronia com a órbita da Terra, causando problemas no cálculo de eventos importantes como a Páscoa.

A transição do calendário Juliano para o Gregoriano implicou um período desafiante em que os países tiveram de saltar entre 10 a 13 dias, a fim de realinhar os seus sistemas de medição de tempo.

Calendário único com hora única

O calendário etíope é composto por 13 meses, sendo que 12 têm 30 dias e o mês final tem cinco ou seis dias, dependendo se é ou não um ano bissexto.

A hora do dia na Etiópia também é única, com dois ciclos de 12 horas que começam às 06h00 em vez da meia-noite, acrescentando outra camada de complexidade para os visitantes internacionais.

Mas, afinal, por que razão a Etiópia ainda está em 2016?

A resposta à pergunta anterior remonta ao ano 500 d.C.: tanto o calendário gregoriano como o etíope estão centrados no nascimento de Jesus. A Igreja Católica alterou os seus cálculos sobre o ano do nascimento de Jesus em 500 d.C., mas a igreja etíope não seguiu o mesmo caminho.

Esta divergência faz também com que o Ano Novo etíope seja a 11 de setembro, no calendário gregoriano.

Notavelmente, a Etiópia, sendo o único país africano que nunca foi colonizado, continua a aderir aos seus cálculos tradicionais e, como resultado, ainda está no ano de 2016 de novo, num contexto em que, por exemplo, ainda não encontrou eventos como o Brexit – como brinca a IFL Science.

ZAP //

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