Drone caiu na pista do Aeroporto de Lisboa. O dono é fotógrafo de uma imobiliária

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Um drone caiu na pista do Aeroporto de Lisboa, na segunda-feira, pouco depois de um avião alertar para a presença do aparelho a sobrevoar aquela zona. O proprietário do drone é um fotógrafo profissional que estava a fazer imagens para uma imobiliária, e já foi constituído arguido.

A queda do drone levou ao “encerramento do tráfego” com “uma interrupção da operação durante oito minutos“, refere a ANA Aeroportos em resposta escrita enviada à agência Lusa. “O drone foi encontrado na pista e entregue às autoridades”, acrescenta a gestora do Aeroporto de Lisboa.

O Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP confirmou à Lusa ter recebido, pelas 16:45 horas desta segunda-feira, um alerta para uma ocorrência com um drone “que violou o espaço aéreo“, o qual viria a “cair no interior do perímetro do aeroporto” Humberto Delgado.

Entretanto, a polícia identificou o proprietário do drone que foi constituído arguido. “Os indícios apontam para uma conduta negligente, de perda de controlo do aparelho, quando sobrevoava as imediações do aeroporto”, disse à Lusa fonte oficial do Cometlis.

O proprietário do drone ficou sujeito à medida de coacção de Termo de Identidade e Residência.

Outra fonte policial contou à agência Lusa que o proprietário do drone é um fotógrafo profissional que estava a realizar um trabalho para uma imobiliária, quando perdeu o controlo do aparelho.

O Cometlis comunicou os factos ao Ministério Público para investigação do eventual crime de “Atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho-de-ferro”, previsto no artigo 288 do Código Penal, cuja pena pode ir de um a 10 anos de prisão. A lei prevê, contudo, que, se o autor criar perigo para a vida ou para a integridade física de outrem, ou para bens patrimoniais alheios de valor elevado, é punido com pena de prisão de três a 10 anos.

Nos primeiros seis meses deste ano foram comunicadas 16 ocorrências com drones, que surgem nas imediações dos aeroportos nacionais, nos corredores aéreos de aproximação aos aeroportos ou na fase final de aterragem, a 400, 700, 900 ou a 1.200 metros de altitude, de acordo com alguns dos relatos das tripulações, violando dessa forma o regulamento da ANAC.

A 28 de Julho último entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 58/2018, de 23 de Julho, que torna obrigatório o registo destes aparelhos com mais de 250 gramas, a contratualização de um seguro de responsabilidade civil para drones acima dos 900 gramas e estipula “um quadro sancionatório aplicável a quem violar estas obrigações”.

O documento estabelece que a violação das regras no uso dos drones pode ser punida com multa entre 300 e 7.500 euros, além da inibição temporária ou apreensão dos aparelhos.

A 16 de Agosto passado, um drone também suspendeu as operações no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto. Um avião da companhia aérea Turkish Airlines, que tinha o Porto como destino, teve mesmo de ser desviado para Lisboa.

ZAP // Lusa

16 Comments

  1. Isto até parece encomendado. É estranho que os proprietários de drones, sabendo de antemão que existe uma enorme intenção de restringir o uso de drones a não civis, os façam voar nas imediações de espaço aéreo restrito. Parecem-me demasiados casos de irresponsabilidade, ainda por cima sabendo das consequências legais que estes actos acarretam. Parece-me que se estão a criar propositadamente acções que justifiquem a criação de leis menos populares.

  2. Concordo com o João !
    Ou as pessoas estão a ficar cada vez mais burras ou andam a tripar com algo que as deixa se consciência.
    Na realidade continuo a pensar como é possível que drones profissionais, como parece ser este o caso, a flight control não estar programada com a NFZ (No Fly Zones).
    Eu tenho alguns drones parados em casa. Já construí alguns e todos eles nem sequer levantam voo se estiver num raio inferior a 10 km de um aeroporto e falamos de drones com pesos entre 1 a 2 kg.
    A lei que tb lançaram no país foi feita por pessoas que não percebem nada e vão na conversa de outras que se julgam xperts na matéria. Um dia ainda aparece uma lei a proibir as borboletas de voarem !lol
    250 gramas é o peso de uma pequena bateria para 10/15 min de voo. Um nano ou um selfie pesa mais que isso e é controlado por um smartphone que o limita via wifi de ir a mais de 200/300 mts e é preciso registar uma coisa destas ? Só não dizem que se têm de pagar cerca de cento e tal euros para o fazer.
    É lamentável que por uns inconscientes sejam todos metidos no mesmo saco.
    Faça-se tudo, legislar tudo, segurar tudo, proibir tudo não é solução para esta nova tecnologia que está e vai cartas no futuro e não vai desaparecer.
    A preocupação agora são os drones mas que comecem a pensar am algo maior : os carros voadores que vão usar a mesma e mais avançada tecnologia e essa realidade está à porta !
    É pena que existam pessoas neste país que sejam tão inconscientes e provoquem todos estes alaridos em que nada beneficia a sociedade mas ao mesmo tempo se não acontecer nada em Portugal vai ser Bruxelas a ditar as suas leis europeias !

      • E?!
        A ideia é os profissionais que operam os drones programarem as No Fly Zone (precisamente para se evitar estas situações) e não contrário!!

      • E?! Este “profissional” não tem obrigação de saber isso já que estes acontecimentos são recorrentes? Os drones da DJI, que vende entre ouros os famosos Phantom, todos têm a restrição da No Fly Zone, isto dito pelo representante da empresa em Portugal, o qual também disse que muitos utilizadores adquirem os famosos chips na internet. Além disso, se este drone estivesse programado com a restrição da No Fly Zone o “profissional” em questão nunca teria sido contratado para efectuar este trabalho. Quero deixar claro que eu sou a favor da operação segura de drones no entanto não podemos ser inocentes ao facto de acreditarmos que todos vão cumprir as regras alias as noticias infelizmente provam isso mesmo.

  3. E porque é que as autoridades não abatem pura e simplesmente estes aparelhos???? independentemente das consequências legais e criminais para os donos dos aparelhos

  4. O perigo é ter um aeroporto inserido no meio do tecido urbano. As verdadeiras capitais europeias não têm o aeroporto no seu centro, pois têm noção do risco que representam para a segurança dos habitantes das cidades.
    O governo deveria negociar fundos com a UE para a construção de uma solução aeroportuária nova, não inserida no meio do tecido urbano de Lisboa, que sirva as pessoas e permita a sustentabilidade das operações económicas.

  5. Ok, preocupam-se (mesmo?) com a “segurança” das pessoas e bens. Seria útil e muito positivo, preocuparem-se ainda mais com o DESCANSO das pessoas, pois em Lisboa, os aviões em direcção ao aeroporto, roncam às 05 horas da madrugada. Não será esta ocorrência contra a Lei do Ruído que prejudica o sono dos cidadãos, a sua estabilidade psíquica e que têm um dia de trabalho pela frente? Já reclamei sobre esta situação, mas infelizmente os “responsáveis cuidadores da segurança” nem sequer acusaram a recepção… Não admira. Estamos em Portugal.

      • Não entendi o alcance dessa afirmação porque, por natureza, sou burro. No entanto, se o aeroporto já lá estava ou não, a minha indignação refere-se simplesmente ao facto concreto de não ser respeitada a LEI DO RUÍDO. Pena não ter uma impressora para lhe fazer um desenho em 3D…

  6. Legislar para impedir o uso a indivíduos sem uma licença tirada com formação e exame obrigatórios e com regras muito restritivas. Aparelhos matriculados e usados apenas em corredores limitados, pois não se trata só de perigo, trata-se tb de desrespeito pela privacidade em muito casos. “Não podemos ter uma câmara de vigilância a focar a parede da casa do vizinho, mas podemos ter um “trole” a visitar-lhe o espaço aéreo sempre que nos apeteça”.
    Em situações de emergência ou busca e salvamento são instrumentos importantes, e comprovadamente válidos, mas a quase totalidade dos que voam e pairam por aí, servem apenas como brinquedo de meninos mais ou menos engenhosos. Ainda ontem este palerma teve de ser salvo por ter tentado recuperar um desses “zânganos” http://www.dnoticias.pt/casos-do-dia/gips-resgata-homem-que-procurava-um-drone-num-penhasco-na-calheta-AK3581938

  7. Li todos estes comentários após o meu e concluí que há alguns de vós opinam pelo que lêem.
    Em primeiro lugar a DJi nem sequer devia dar acesso ao seu firmware para que ninguém o substitua com o GEO.
    Em segundo lugar, alguém que o faça está a cometer conscientemente um acto inconsciente.
    Os UAV não são construidos exclusivamente para voos em campos de aviação. Porquê insistir neste ponto ?
    Formação em piloto de drone : o que é isso ? Com “brevet” de piloto ou condutor de um drone dá alguma segurança ou evita isto ? O que se aprende nesses cursos é saber pagar milhares de euros por tudo aquilo que já se sabe.
    A DJi devia acautelar e aumentar a protecção do seu equipamento. Por mim a DJi tem a obrigação como lider mundial de UAVs de tomar outras acções.
    A Yuneec, que é uma amostra da DJi mas que representa uma pequena percentagem de mercado com excelentes equipamentos, tem o seu firmware protegido e os limites de altitude, distância e o NFZ só são
    desprotegidos via combinação de um algoritimo enviado por mail após ter-lhes feito prova da sua necessidade e assinado um termo de responsabilidade. Isto tudo tem a ver com as pessoas em si.
    É tudo uma questão de bom senso e não criarmos histeria geral . Quanto à questão da janela, camera e companhia, metam tb os telemóveis no bolso e não andem a tirar fotos a tudo e a todos. Isto de andar de telemóvel em punho é mais grave que preocupar-nos com um “trole” e não “drone” a voar por cima da casa e a pensar que o estão a filmar e nem camera têm montada.

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