Dragão venenoso fica com Fama e proveito

Manuel Fernando Araújo / Lusa

O FC Porto foi ao Minho vencer, na tarde deste sábado, o Famalicão, por 0-3. Evanilson, Taremi e Francisco Conceição fizeram os tentos dos azuis-e-brancos. Com esta conquista, a turma de Sérgio Conceição encosta-se, à condição, com 28 pontos, aos rivais Benfica e Sporting; por sua vez os comandados de João Pedro Sousa podem perder o sétimo posto da tabela.

No triunfo mais folgado da época até ao momento, o FC Porto passou no difícil teste que teve pela frente nesta 12.ª jornada do campeonato e saiu do reduto do Famalicão com os três pontos na bagagem.

Porém, ao contrário do que o resultado poderá fazer transparecer, os “dragões” tiveram de suar e construíram o triunfo na forma letal como apontaram os tentos em momentos-chaves da partida. Evanilson marcou cedo, Taremi dilatou a vantagem no último lance da primeira parte e Francisco Conceição fechou as contas no primeiro remate “azul-e-branco” na etapa final.

O Famalicão demonstrou, em diversos períodos, a qualidade do seu futebol, mas pecou nos momentos de definição e ainda ficou reduzido a dez elementos na sequência da expulsão de Zaydou Youssouf.

Serviços mínimos bastam para vencer

A abrir e a fechar. Foi assim que o FC Porto reforçou a almofada de dois golos com que chegou ao intervalo.

A abrir, Evanilson apontou o primeiro tento na primeira ocasião clara do encontro, a fechar, já no período de descontos, Taremi dilatou a vantagem, culminando uma arrancada de Galeno.

Pelo meio, o “Fama” tentou reagir, explorando quase sempre as costas da defesa portista com a velocidade de Cádiz: ao minuto 44, numa sucessão de ocasiões, os famalicenses não conseguiram derrubar a muralha “azul-e-branca” que se ergueu à frente da baliza de Diogo Costa.

Por sua vez, o FC Porto, sempre que se aproximou do reduto contrário, fê-lo com perigo e, antes do 0-2, viu Luiz Júnior defender os “tiros” do estreante João Mendes (41’) e de Alan Varela (42’).

Taremi era o melhor ao intervalo

Taremi, com um GoalPoint Rating de 6.9, foi a peça com melhor nota nesta etapa inicial, fruto de dois remates (um golo), sete passes progressivos recebidos e quatro ações defensivas.

O FC Porto reentrou em cena com o objetivo de gerir a vantagem, com isso a equipa baixou o bloco, convidou o Famalicão a atacar e tentava, sem sucesso, explorar o contra-ataque.

Os anfitriões aceitaram o repto, decidiram correr atrás do prejuízo e foram tentando encurtar distâncias.

A ocasião mais clara surgiu ao minuto 64, quando Diogo Costa voou e negou a festa a Topic.

A toada mantinha-se e nem a expulsão de Zaydou Youssouf impediu que o “Fama” voltasse a criar perigo, desta feita Pablo viu João Mendes surgir na hora H para um corte crucial.

A três minutos dos 90, os portistas sentenciaram o encontro, dissipando quaisquer dúvidas relativamente ao vencedor.

Num contragolpe perfeito, os suplentes Grujic na assistência e Francisco Conceição na finalização assinaram o 0-3, naquele que foi o primeiro remate dos visitantes na etapa complementar.

Até ao final, Chico Conceição quase bisava, mas a bola foi “defendida” pelo poste direito.

Esta foi a nona vitória “azul-e-branca” nos últimos nove confrontos entre ambos, o último sucesso dos minhotos remonta para a época 2019/20.

Melhor em Campo

Lançado ao minuto 73 na vaga de Evanilson, Francisco Conceição voltou a aproveitar o pouco tempo de jogo para levar para casa o título de MVP.

O ala entrou a todo o gás e protagonizou dois remates (um golo e bola no poste), uma eficácia de 93% (um passe falhado em 15 feitos), 19 ações com a bola (três no interior da área contrária), duas recuperações de posse e duas perdas.

O número “10” foi o melhor em campo com um GoalPoint Rating de 7.3.

Destaques do Famalicão

“Puma” Rodríguez 6.6

Agitou o flanco esquerdo e tentou sempre criar perigo. Criou uma ocasião flagrante de golo, quatro passes para remate, foi eficaz em três dos quatro centros que fez, chegou às cinco ações com a bola na área adversária, venceu 12 duelos, perdeu 11 e foi eficaz em cinco dos 14 dribles tentados.

Francisco Moura 5.9

Muitas vezes, mais parece um extremo, tal a propensão ofensiva que se traduziu num remate, quatro cruzamentos (dois eficazes), seis passes progressivos, oito perdas de posse e seis ações defensivas.

Gustavo Sá 5.7

Desaparecido na primeira parte, apareceu na segunda e foi um dos principais impulsionadores no melhor período do Fama, com dois remates, dois passes progressivos recebidos e três recuperações de posse. Saiu com algumas queixas físicas.

Destaques do FC Porto

Taremi 6.9

O iraniano retribuiu a confiança nele depositada por Sérgio Conceição e justificou a presença no “onze”, marcou – foi o décimo golo apontado ao Famalicão – e foi o principal arquiteto das ações da equipa com dois remates, dez passes progressivos recebidos, ganhou nove duelos, perdeu cinco, contabilizou oito ações defensivas – cinco das quais no meio-campo contrário – e 41 ações com a bola.

Evanilson 6.7

Chegou aos dez golos esta época em todas as competições, registo que igualou a marca da época passada, e está num bom momento. Além do tento, destacou-se com cinco passes progressivos recebidos, três recuperações de posse e seis faltas sofridas (máximo no jogo). A rever: os dez duelos perdidos e as dez perdas de posse acumuladas.

Pepe 6.4

Imperial, foi responsável por seis recuperações de posse, 13 ações defensivas (máximo no duelo) e sete passes progressivos.

Marko Grujić 6.2

Lançado na mesma altura do que Chico Conceição, refrescou o “miolo” e ainda foi a tempo de assistir o colega para o 0-3, vencer cinco duelos, perder quatro e carimbar duas ações defensivas.

Stephen Eustaquio 6.0

Jogou pelo seguro, numa exibição regular sustentada em dois passes para remate, sete passes progressivos, cinco recuperações de posse, oito perdas e sete acções defensivas.

Jorge Sánchez 5.9

Foi uma das duas novidades do “onze” relativamente ao desaire ante o Barcelona. Não deslumbrou, mas também não comprometeu. Sai de cena com dois centros, quatro passes de risco falhados, venceu seis duelos, perdeu nove e somou oito ações defensivas.

Alan Varela 5.9

Quase marcou em cima do intervalo, falhou apenas três passes em 35 (eficácia de 91%), chegou às cinco ações defensivas, um passe progressivo recebido e quatro perdas da posse.

Resumo

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