A ideia do Governo do Reino Unido era divulgar uma celebração da cultura da Irlanda do Norte. Ou da República da Irlanda?
“Ontem celebrámos a cultura da Irlanda do Norte com uma recepção em Downing Street”.
“Empresas de toda a Irlanda do Norte vieram cá para mostrar alguns dos melhores produtos que o país tem para oferecer”.
A partilha feita pelo Governo do Reino Unido, no Instagram, não teria nada extraordinário.
Até justificaria aplausos por parte da população da Irlanda do Norte… caso Downing Street não tivesse colocado lá a bandeira da outra Irlanda.
A bandeira tricolor, da República da Irlanda, apareceu no final dessa publicação – que entretanto foi editada.
Um porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak admitiu o “erro infeliz que foi corrigido”.
Mas o erro não escapou a críticas. Na Sky News, o correspondente na Irlanda David Blevins apontou: “O número 10 (de Downing Street) não sabe a diferença entre Irlanda e Irlanda do Norte”.
Esta bronca chega num contexto mais importante: a agora ex-ministra Suella Braverman escreveu no The Times que os manifestantes pró-Palestina são “uma afirmação da supremacia de certos grupos – principalmente islamistas – que estamos mais habituados a ver na Irlanda do Norte”.
“A ligação de alguns organizadores do protesto de sábado a grupos terroristas, incluindo o Hamas, também nos remete para o Ulster”, acrescentou a então ministra do Interior, que entretanto foi demitida.