Esta quarta-feira, dois jornalistas da agência Reuters foram formalmente indiciados por violação de “segredos de Estado”. Enfrentam agora uma pena de prisão de até 14 anos.
Os dois jornalistas estão detidos desde 12 de dezembro e encontravam-se na Birmânia a investigar a situação no oeste de Myanmar, onde o exército é acusado de “limpeza étnica” contra a minoria rohingya. Esta quarta-feira, foram formalmente indiciados por violação de “segredos de Estado” e enfrentam uma pena de até 14 anos de prisão.
À agência de notícias AFP, o advogado dos jornalistas, Khin Maung Zaw, explicou que pediu a libertação sob fiança, “mas o procurador rejeitou”. Esta foi a decisão do tribunal de Rangum, que deve realizar nova audiência no próximo dia 23.
Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, foram detidos a 12 de dezembro por terem adquirido “documentos secretos importantes” de dois polícias.
Os agentes em causa trabalhavam no estado de Rakhine, onde abusos atribuídos aos militares levaram mais de 650.000 muçulmanos da minoria rohingya a fugir para o Bangladesh desde o final de agosto.
As acusações são puníveis com até 14 anos de prisão.
As Nações Unidas, a União Europeia ou os Estados Unidos, preocupados com os atentados à liberdade de imprensa apesar da chegada ao poder de um governo civil liderado de facto pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, têm lançado constantes apelos à libertação dos dois jornalistas birmaneses.
ZAP // Lusa