Dois ex-ministros britânicos dispostos a usarem influência para favorecer empresa

Dois jornalistas, que se fizeram passar por homens de negócios, acusaram dois antigos ministros britânicos de terem aceitado, mediante pagamento, usar a sua influência para favorecer uma empresa privada, segundo uma investigação divulgada este domingo.

As alegações visam o deputado do Partido Conservador Malcom Rifkin e Jack Straw, deputado do Partido Trabalhista, na oposição.

A divulgação da investigação é feita a poucos meses das eleições legislativas de 7 de maio, na sequência de uma investigação levada a cabo por jornalistas do Daily Telegraph e do programa de televisão do Channel 4 “Dispatches”.

Os jornalistas fizeram-se passar por empresários de Hong Kong no âmbito da investigação que envolveu entrevistas com os dois políticos filmadas secretamente.

Straw foi ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Justiça nos governos de Tony Blair e de Gordon Brown. Rifkind foi ministro da Defesa e ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de John Major.

De acordo com a investigação, Jack Straw ofereceu-se para usar a sua influência para ajudar a empresa fictícia em troca de cinco mil libras (6.800 euros) por dia.

Já Malcom Rifkind propôs conseguir acesso a todos os embaixadores britânicos no mundo, de acordo com os jornalistas.

Tanto Jack Straw como Malcolm Rifkind negaram ter cometido qualquer ilegalidade.

Na noite de domingo foi revelado que Straw vai dirigir-se ao comissário parlamentar, segundo o Daily Telegraph.

Um porta-voz de Straw afirmou que o deputado “tem agido sempre (…) de com acordo com as regras apropriadas”.

Em comunicado, Straw disse ter explicado claramente aos seus interlocutores que ele não iria trabalhar para a empresa até abandonar o seu mandato de deputado conforme previsto, após as eleições de maio.

“Eu encontro-me atualmente na terrível situação em que o que eu disse foi utilizado para sugerir que eu cometi um delito que não aconteceu”, afirmou.

“Estou certo de que nada do que eu disse nesses encontros está incorreto”, acrescentou.

/Lusa

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