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Doença cerebral misteriosa intriga médicos no Canadá

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 A doença misteriosa foi identificada, pela primeira vez, em 2015, num doente considerado um “caso isolado e atípico”.

Há quase dois anos, Roger Ellis desmaiou depois de ter tido uma convulsão durante o 40.º aniversário de casamento. O canadiano, de 60 e poucos anos, era saudável e estava a aproveitar a reforma, depois de várias décadas a trabalhar como mecânico industrial.

No entanto, conta a BBC, a partir deste episódio, o seu estado de saúde começou a piorar rapidamente.

O filho contou à cadeia britânica que Ellis sofreu delírios, alucinações, começou a perder peso e tornou-se agressivo. A dada altura, deixou de andar e, em menos de três meses, o diagnóstico era de que estava a morrer. Mas nenhum médico sabia porquê.

Num primeiro momento, os médicos suspeitaram de que Roger Ellis sofria de Creutzfeldt-Jakob, uma doença rara e degenerativa que pode ser fatal. Há variantes desta doença associadas ao Alzheimer, ao Parkinson e também à ingestão de carne contaminada com a doença das vacas loucas.

Ellis fez o teste mas deu negativo, assim como outros tantos a que os seus médicos o submeteram enquanto tentavam descobrir o que se passava com a sua saúde.

Em março, a Rádio-Canadá teve acesso a uma cópia de um memorando de saúde pública, enviado aos profissionais de saúde da província de New Brunswick, a alertar para um grupo de pacientes com uma doença cerebral degenerativa desconhecida.

Roger Ellis foi considerado uma das pessoas afetadas pela doença e está agora sob os cuidados do médico Alier Marrero. A doença foi identificada pela primeira vez em 2015, num doente considerado um “caso isolado e atípico”.

Nesta província do Canadá, estão a ser rastreados 48 casos. Os médicos acreditam que seis pessoas morreram da doença.

Os sintomas caracterizam-se, numa primeira fase, pela ocorrência de alterações comportamentais em pessoas saudáveis, como ansiedade, depressão e irritabilidade, além de dores musculares e espasmos.

Quem sofre desta doença tem também dificuldades em dormir, problemas de memória, dificuldades na linguagem, perda rápida de peso, atrofia muscular, distúrbios visuais e problemas de coordenação.

Vários pacientes apresentam também sintomas de “ilusão de Capgras”, um distúrbio em que uma pessoa acredita que alguém próximo foi substituído por um impostor.

Para já, tudo indica que a doença é adquirida e não genética. O especialista Alier Marrero salienta que a ideia inicial para a explicação da doença é que existe um “elemento tóxico adquirido no ambiente do doente que desencadeia as mudanças degenerativas”.

Liliana Malainho, ZAP //

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2 Comments

  1. Gostava de saber o que a jornalista quer dizer com “pacientistas” na seguinte afirmação: “Vários pacientistas apresentam também sintomas de “ilusão de Capgras…””. Uma vez de que a palavra “pacientista” não existe na língua portuguesa. Será que quer referir-se aos doentes? Se sim, a palavra paciente é derivada do inglês “pacient” , e não é a mais correcta para se utilizar quando nos referimos aos doentes aquando de publicações. Muito agradecida pela vossa breve resposta.

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