No Dia Mundial do Professor, docentes saíram à rua para exigir “estima e respeito”

3

Rodrigo Antunes / Lusa

Centenas de professores e dirigentes sindicais concentraram-se, esta terça-feira, junto ao Ministério da Educação, em Lisboa, numa manifestação em prol da dignidade e valorização profissional e em protesto contra o desrespeito pela negociação coletiva.

O protesto, que assinalou o Dia Mundial do Professor, partiu do largo de Santos até ao Ministério da Educação, na avenida Infante Santo, onde Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), encerrou a iniciativa com um discurso num palco montado nas imediações do ME.

Para a Fenprof, a manifestação acontece numa altura em que se vive um “quadro de grande ataque à dignidade profissional docente e de enorme desrespeito pelo direito à negociação coletiva”.

Entre as principais reivindicações, a estrutura sindical sublinha a recomposição da carreira, o regime de aposentação e rejuvenescimento da profissão, horários e condições de trabalho, precariedade profissional e o regime de concursos.

“Queremos negociar e, desse modo, resolver os problemas, mas se não tivermos interlocutor no Ministério da Educação tornar-se-á inevitável a luta“, disse o secretário-geral da Fenprof.

Mário Nogueira disse que, na próxima quinta-feira, as propostas sindicais para as negociações do Orçamento do Estado para 2022 já entregues ao primeiro-ministro serão entregues no Ministério da Educação, esperando que se quebre o “bloqueio negocial”, uma “intolerável expressão de arrogância, mas também de incapacidade e cobardia políticas”.

Sem negociações, as ações de luta são dadas como certas “a partir do início de novembro, caso o Orçamento do Estado não inclua medidas” que reconheçam as reivindicações dos docentes.

“O recurso à greve estará sempre em cima da mesa, aliás, como a outras formas de luta, integrando um plano para a ação reivindicativa, definido em torno de objetivos concretos e de tempos adequados como é, obviamente, o período de debate e votações do Orçamento do Estado, que se iniciará no próximo dia 11 de outubro e decorrerá até final de novembro”, disse.

De forma convergente ou não, admite-se também “um regresso à rua em número elevado”, se essa for a decisão do Conselho Nacional da Fenprof, que se reúne ainda em outubro.

A Fenprof anunciou também a entrega de pré-avisos de greve ao sobretrabalho, que são entregues esta quarta-feira e se concretizam a partir de 25 de outubro até ao final do ano letivo, se não forem encetadas negociações.

O combate à municipalização da educação foi também elencado como uma das prioridades da luta sindical, com a Fenprof a anunciar a intenção de promover 308 reuniões sindicais com os municípios, para “travar o tremendo erro antes de ser cometido”, uma vez que se prevê que o processo de transferência de competências para os municípios se generalize em todo o país em março do próximo ano.

Afirmando que não existe “estima e respeito” pelos docentes em Portugal, o secretário-geral da Fenprof lembrou ainda o tempo de serviço não contabilizado, os problemas nos concursos, os impedimentos burocráticos à progressão na carreira, a precariedade e o envelhecimento da profissão, entre outras questões, que pontuaram a manifestação em muitos dos cartazes exibidos.

E lembrando as promessas eleitorais do PS de valorização da carreira docente, Mário Nogueira questionou e respondeu: “Que fez o Governo, até hoje, para honrar os compromissos? Absolutamente nada“.

A manifestação decorreu de forma tranquila, tendo sido acompanhada por alguns elementos da PSP.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Ao longo dos anos o ministério da educação retirou aos professores todo o respeito e toda a autoridade que nunca deveriam ter perdido e agora o ensino está no estado em que está!
    O professor não se pode impor porque o aluno tem sempre razão, o professor é sempre o culpado de tudo e ainda por cima tem que a todo o custo passar todos, ora não foi para isto que um professor se forma!
    Sabe passa não sabe chumba, só que não, o professor é o culpado do aluno não saber e portanto tem sempre que arranjar estratégias para poder passar o aluno por mais preguiçoso ou incapacitado que o aluno seja!
    Existem plafons para o numero de chumbos, como é que é possível isto!!!
    Uma vergonha o ensino português tudo culpa de um ministério que não quer saber de mais nada a não números bonitos!!!

  2. Ao longo dos anos o ministério da educação retirou aos professores todo o respeito e toda a autoridade que nunca deveriam ter perdido e agora o ensino está no estado em que está!
    O professor não se pode impor porque o aluno tem sempre razão, o professor é sempre o culpado de tudo e ainda por cima tem que a todo o custo passar todos, ora não foi para isto que um professor se forma!
    Sabe passa não sabe chumba, só que não, o professor é o culpado do aluno não saber e portanto tem sempre que arranjar estratégias para poder passar o aluno por mais preguiçoso ou incapacitado que o aluno seja!
    Existem plafons para o numero de chumbos, como é que é possível isto!!!
    Uma vergonha o ensino português tudo culpa de um ministério que não quer saber de mais nada a não números bonitos!!!

  3. Para já não falar na precaridade de ter que andar constantemente com as malas às costas, não ter dinheiro para fazer face aos custos de arrendamentos de e não poder criar uma família por não se poder fixar em lado algum!
    No entanto os politicos que quer queiram quer não queiram são funcionários públicos têm ajudas de custo para tudo e mais alguma coisa!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.