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Nova espécie de dinossauro gigante encontrado na África do Sul

(dr) Witwatersrand University

O dinossauro gigante encontrado na África do Sul, Ledumahadi mafube

Uma nova espécie de dinossauro gigante foi descoberta na província de Estado Livre, na África do Sul, tratando-se do maior animal do seu tempo, há 200 milhões de anos.

Um grupo internacional de paleontólogos, liderado por Jonah Choiniere, professor da Universidade de Witwatersrand, Joanesburgo, na África do Sul, descobriu fragmentos de um gigantesco esqueleto de dinossauro nunca antes visto na província de Estado Livre.

De acordo com o estudo publicado, esta quinta-feira, na revista científica Current Biology, este animal era herbívoro e também o maior do seu tempo, ou seja, no Jurássico Inferior, há cerca de 200 milhões de anos.

Os cientistas conseguiram determinar que o animal tinha pernas que se elevavam a quatro metros de altura, pesava 12 toneladas e tinha 14 anos de idade – podendo ter o dobro do tamanho de um elefante africano adulto.

A equipa batizou-o de Ledumahadi mafube, o que significa “trovão gigante do amanhecer” em sesoto, uma língua aborígene sul-africana do grupo Sotho-Tswana.

Este dinossauro é um dos parentes mais próximos dos Saurópodes, que pesavam até 60 toneladas e da qual fazia parte o famoso Brontosaurus. Os cientistas descobriram que o Ledumahadi era capaz de usar não só as quatros patas para caminhar, assim como apenas as patas traseiras, mais ou menos como os elefantes modernos fazem.

A equipa considera assim que este animal é uma espécie de “experiência” na evolução destes dinossauros gigantes. “A primeira coisa que me chamou a atenção foi a robustez incrível dos ossos dos membros”, conta Blair McPhee, autor principal do estudo.

“A sua dimensão é semelhante à que caracterizava os saurópodes gigantes, mas ao passo que nesses dinossauros os membros eram delgados, os do Ledumahadi são muito mais compactos e fortes. Na minha opinião, a evolução para o gigantismo não foi um caminho direto, e que a forma como se adaptaram aos problemas do dia-a-dia, como comer e movimentar-se, foi muito mais dinâmica neste grupo do que até agora se pensava”.

“Olhando para a microestrutura dos ossos fossilizados, conseguimos ver que o animal cresceu rapidamente até à idade adulta e que, na altura em que morreu, esse crescimento já tinha parado”, explica a paleontóloga Jennifer Botha-Brink, do Museu Nacional da África do Sul, em Bloemfontein.

“Também é muito interessante ver que os tecidos dos ossos mostram características básicas dos saurópodes, mas também outras que são diferentes, representando um animal numa fase de transição entre dois grandes grupos de dinossauros”, acrescenta.

O fóssil está relacionado com os restos do dinossauro Ingentia prima, encontrado recentemente na Argentina. A equipa acredita que as duas espécies viveram aproximadamente no mesmo período, uma hipótese que reforça ainda mais a ideia de que o supercontinente Pangeia ainda existia no Jurássico Inferior.

“Isto demonstra a facilidade com que estes dinossauros caminhavam desde Joanesburgo a Buenos Aires naquela época”, diz Choiniere, quando agora estas duas regiões estão separadas por um oceano.

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