O crânio de Parasaurolophus cyrtocristatus, encontrado em 2017 no Novo México, Estados Unidos, preservou durante mais de 70 milhões de anos as estruturas dos canais respiratórios do dinossauro.
Em 2017, cientistas do Denver Museum of Nature & Science encontraram um crânio parcial de dinossauro com uma característica fora do comum: uma crista em forma de tubo. A descoberta, feita no Novo México, nos Estados Unidos, impulsionou um novo estudo cujo artigo científico revela agora a evolução do animal.
Segundo o IFL Science, o espécime de Parasaurolophus cyrtocristatus foi o primeiro a ser descoberto em 97 anos. A partir do seu bom estado de conservação, os cientistas conseguiram realizar um estudo aprofundado sobre a evolução das cristas do dinossauro.
Os dinossauros com crista tubular e “bico de pato” viveram entre 77 e 73,5 milhões de anos atrás e, após várias décadas de discussão, a descoberta revelou a estrutura da crista do animal. O artigo científico foi publicado na PeerJ no dia 25 de janeiro.
“Imagine o seu nariz a crescer no seu rosto, cerca de 90 centímetros atrás da sua cabeça, e virar-se depois para se fixar acima dos olhos”, começou por explicar Terry Gates, paleontólogo da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA, em comunicado.
“O Parasaurolophus respirava por quase 2,5 metros de canal antes de o oxigénio chegar à cabeça”, acrescentou.
David Evans, vice-presidente do Natural History at the Royal Ontario Museum, no Canadá, sugere que as cristas “funcionavam principalmente como ressonadores de som e exibições visuais” usadas para os animais comunicarem dentro da sua própria espécie.
Entre os dinossauros mais conhecidos, os Parasaurolophus exibiam uma crista alongada em forma de tubo que continha uma rede interna de vias aéreas. Atualmente, são reconhecidas três espécies do animal, sendo que o fóssil mais recente pertence ao Parasaurolophus cyrtocristatus.
O fóssil encontrado há quatro anos exibe uma crista mais curta e curva, quando comparada às outras espécies de Parasaurolophus – uma característica que, segundo os cientistas, pode indicar a imaturidade do animal no momento do seu falecimento.