“Já posso ir para a água?”: dicas sobre a praia num tesourinho (não) deprimente

A digestão demora algumas horas mas, sobretudo para os mais novos, na praia parece que demora um dia inteiro.

“Ó mãe, já posso? Já posso ir para a água?”

É normal ouvirmos esta pergunta. Uma criança quer saber se já pode tomar banho no mar, depois de ter almoçado – numa altura em que nem deve estar na praia sem protecção solar, mas isso seria outra conversa.

Recuperamos uma análise ao assunto num suplemento antigo – há mais de 10 anos – da revista Visão, a Visão Júnior.

Os humoristas do Gato Fedorento tinham um espaço na RTP que se chamava Tesourinhos deprimentes. Aqui inauguramos os tesourinhos (não) deprimentes. Porque ensinam algo.

Durante a digestão, há músculos que trabalham mais intensamente. A distribuição de energia pelo corpo torna-se ainda mais importante. Se nadarmos nessa altura, o corpo tem de distribuir novamente a energia: mais força para nadar, menos energia no estômago.

Daí ser frequente haver cãibras (energia insuficiente para as pernas mexerem normalmente) ou paragens de digestão (a energia gasta nos braços e nas pernas prejudicou a digestão).

A digestão pode demorar uma hora, pode demorar quatro horas. Depende do que se come e de quanto se come. Alimentos mais gordurosos demoram mais.

As sugestões lançadas são as que já conhecemos: comer fruta, pão branco com doce, iogurtes, barras de cereais e beber muitos líquidos, entre outros exemplos.

Também é preciso ter em atenção a temperatura da água: tomar banho em casa logo depois de uma refeição não tem problema se a água estiver à temperatura do corpo. Deve-se evitar o choque térmico, para não ser gasta energia necessária para a digestão.

A pediatra Arianne Brand deixou indicações para os interessados, sejam crianças ou não: “Se sentes o estômago pesado, o coração a bater um pouco depressa e estás mole e cansado, o melhor é esperar mais um pouco. Depois, entra na água devagarinho para o corpo se habituar à diferença de temperatura”.